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Tiago Sousa é todo ouvidos até 31 de Janeiro
· 16 Jan 2012 · 14:59 ·
Tiago Sousa © Vera Marmelo


Tiago Sousa tem em mãos um projecto curioso que será apresentado no dia 14 de Julho no Teatro Maria Matos, em Lisboa. O espectáculo, pensado a convite do referido teatro, será construído a partir de textos enviados pelo público até ao dia 31 de Janeiro. Enviem os vossos e-mails ou cartas ao cuidado do Maria Matos. Está ainda prevista a edição de uma publicação com todos os manifestos utilizados no espectáculo. Para saber mais acerca deste projecto fomos falar com o compositor: “o Coro das Vontades surge como uma proposta do Teatro Maria Matos, inserida no contexto do encerramento do primeiro semestre de 2012 cujo tema é Manifesto. Querendo questionar a relação que a obra de arte tem com os manifestos de carácter político neste tempo de tanta conturbação social. Ainda há pouco que eu possa acrescentar sobre o espectáculo visto que o concerto se baseia nos textos que o público nos irá enviar até 31 de Janeiro”, contou-nos.

E continuou: “a ideia é que os manifestos recolhidos, e que serão publicados online na íntegra, serão a base deste espectáculo. A ideia forte que neste momento me guia é que este espectáculo será conduzido por uma relação dialéctica entre as minhas composições e o tratamento que daremos aos textos face às ideias que as pessoas exprimam nos manifestos. O objecto político encontra-se expresso no próprio movimento de troca de ideias que pretende, simultaneamente, desmistificar a ideia da especialização intelectual e do papel do artista dentro de uma elite social. Neste contexto, compreendo o meu trabalho segundo uma perspectiva política que se expressa no modo como me posiciono na esfera produtiva artística e que vai além do estritamente político numa perspectiva panfletária. Será este cuidado que estará presente também nesta abordagem ao tema”.

Tiago Sousa diz que isto ajuda a explicar tudo: "O homem é uma vontade servida por uma inteligência. A vontade é o poder racional a ser desatrelado das querelas dos ideístas e dos coisistas. É também nesse sentido que se deve precisar a igualdade cartesiana do cogito. Opor-se-á a esse sujeito pensante que só se conhecia como tal divorciando-se de todo sentido e de todo corpo, um novo sujeito pensante que se experimenta na ação que exerce sobre si mesmo, tanto quanto sobre os corpos."Jacques Rancière em O Mestre Ignorante

Já agora, recordamos:


André Gomes
andregomes@bodyspace.net

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