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Playlist de Nicolai Sarbib | DJ, assina como CVLT
· 29 Set 2010 · 18:23 ·
Este exercício serviu para me aperceber de algumas das minhas tendências e também confirmar a suspeita que tinha, que tenho tido muito pouco interesse pela maioria das coisas recentes que têm surgido. Provavelmente dos poucos lançamentos recentes que tenho ouvido, a "Sun" é um exemplo perfeito da criatividade fantástica de Daniel Snaith. Isto dito vivemos há muito tempo numa era de reciclagem, o Sr. Luke que faz os "young edits" fez um belo trabalho a re-apropriar esta música linda do Arthur Russell e falando em re-apropriações o re-edit da "Get to my baby" dos TBD, que acaba monstruosamente com um riff que me soa muito a algo saído da "Could you be loved" do Bob Marley, foi a música ao som da qual mais dancei estes últimos tempos e que teria de constar nesta lista.

Jazz é um termo abrangente, provavelmente dos géneros musicais mais ouvidos nesta casa, em tempos tive um professor que dizia que não trabalhava com ninguém que não soubesse reconhecer Miles Davis ou Coltrane, o Coltrane Jazz tem estado em constante rotação e nesta música ouvem-se bem os dedos de Wynton Kelly.

Bill Evans é um nome com o qual cresci e um que me há de acompanhar. Juntamente com o Koln Concert do Keith Jarrett diria que este é o disco que mais ouvi nos últimos anos, é provavelmente um dos principais exemplos do que me faz gostar tanto de música. "We will meet again" é uma música que Bill Evans dedica ao seu irmão, num dos seus últimos e mais incríveis discos.

Uma das maravilhas de se passar muito tempo em lojas de discos é o facto de estarmos constantemente a descobrir um sem fim de música que nunca julgámos existir, ao contrário de apenas olhar para um top 10 do iTunes ou algum site. Neste caso Phantomband foi algo que um amigo me mostrou há uns meses e que tive dificuldade em acreditar que não fosse algo esquecido do passado em vez de uma banda formada há uns anos por Jaki Liebezeit, baterista dos Can. Uns meses adiante descubro um novo release na Golf Channel records de um tal Domink Von Senger, um tipo curioso, que por coincidência, ou não, também fez parte dos Phantomband. A "No name" é um namoro psicadélico embalado num groove do além, tudo dito. Indispensável sempre, Map of Africa é a mancha de suor que é deixada numa cama após "o amor", de Thomas Bullock e Harvey Bassett só poderiam existir coisas boas.

Porque uma grande parte da minha vida se passa em locais com música pulsante e alta, e por vezes sou eu o responsável, esta música de Neurotic Drum Band é o apogeu de um revival do house do passado e a mistura perfeita de piano e uma espiral de acid house em crescendo tal como a "Can you feel it" dos Slight Delay é outro exemplo de como uma batida simples, um bom piano e uns sons do mar são tudo o que é preciso.

Não podia terminar sem deixar uma música do álbum de Gala Drop e citar algo que alguém disse recentemente em relação a este grupo: "um país de génios, o nosso".

1. Arthur Russell – "How We Walk On The Moon (Youth Return to Base Edit)"
2. TBD - "Get to my baby" (Try to find me)
3. Caribou - "Sun" (Odessa)
4. The O'Jays - "Back stabbers" (Back Stabbers)
5. Bill Evans - "We will meet again" (You Must Believe in Spring)
6. John Coltrane - "My shinning hour" (Coltrane Jazz)
7. Can - "I'm so green" (Ege Bamyasi)
8. Map of Africa - "Bone" (Map of Africa)
9. Phantomband - "I'm the one" (Freedom Speech)
10. Dominik Von Senger - "No Name"
11. Lia Ices - "(Un)chosen one" (Necima)
12. Neurotic Drum Band - "Robotic Hypnotic Adventure"
13. Slight Delay - "Can you feel it" (Cosmic Balearic Beats Vol. 2)
14. Gala Drop - "Parson" (Gala Drop)

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