Duo formado em Lisboa, os Quelle Dead Gazelle venceram o Festival Termómetro, tocaram na edição de 2013 do Optimus Alive!, lançaram um belíssimo EP de estreia e ainda se juntaram à Grande Família Coronado (este último, admita-se, mais para ajavardar). Tocarão igualmente no Milhões de Festa, num concerto onde se poderá ouvir o duelo entre guitarra e bateria, instrumentos esses que - pelo ecletismo dos seus donos - percorreram o mundo e nos chegaram aos ouvidos em Dezembro do ano passado quando "Afrobrita" nos fez mexer, um pouco como se conseguíssemos dançar ao som do
Crash de Ballard, metal e ritmo em doses exactas. Antes dessa actuação no melhor festival do mundo Miguel Abelaira e Pedro Ferreira falaram ao Bodyspace.
Quando e como é que se juntaram e decidiram fazer música juntos?
Miguel Abelaira: Foi numa noite de loucura, no Musicbox Lisboa. Íamos ver Men Eater e Riding Pânico. Já nos conhecíamos há uns anos duma banda que tivemos na qual tocávamos os dois guitarra. Já não nos víamos há algum tempo e como o Pedro sabia que eu andava a tocar bateria sugeriu juntarmos-nos em minha casa para tocar umas malhas dele. Fomos continuando a juntar-nos até que decidimos levar isto para a frente. Dois ou três meses depois demos o nosso primeiro concerto, no Offbeatz.
Que sentiram após a vitória no Festival Termómetro? Acham que vos abriu muitas mais portas que de outro modo não se abririam?
Pedro Ferreira: Inesperado, sem dúvida. Não estávamos à espera de ganhar, pois se o fizéssemos, seriamos a primeira banda instrumental a fazê-lo. Mas foi bom, claro. E é possível, sim. Não nos estava a ver a ir tocar ao Alive. Pelo menos tão cedo.
© Céu Guarda
Gravaram o EP no já mítico Blacksheep. Como decorreu o processo de gravação?
PF: Positivo. Foi a nossa primeira experiência de gravação como deve ser, e só temos coisinhas boas a dizer daquele pessoal. Profissionais acima de tudo, e pessoalmente são uns
bros. Recomenda-se, sem dúvida.
Considerando a quantidade de géneros que absorvem na criação do vosso som, acham-se uns esquizofrénicos musicais? Com tanta coisa de que gostam é fácil ir buscar ideias quando compõem?
MA: Talvez sejamos um pouco esquizofrénicos musicais, sim. No entanto, o facto de termos um gosto bastante variado não interfere na criação musical. Acho que as ideias não sejam, por enquanto, uma coisa que vamos buscar a algum lado, mas sim uma coisa que nos surge naturalmente. Até agora tem sido um processo bastante natural. Ainda ontem fizemos uma música em 15 minutos, que vamos tocar no Milhões de Festa e que se chama "Dois Minutos À Benfica".
Depois do EP e das muitas actuações ao vivo, o que se segue?
MA: Estamos a pensar num álbum. Apesar de termos lançado o EP só em Abril, andamos a rodar as malhas desde Novembro. Está na altura de dar o próximo passo. Para o futuro prevejo menos concertos e mais trabalho de casa. Gostava de já ter um novo trabalho a meio de 2014.
Como é que acabaram a fazer parte da família Coronado, e qual a quantidade de Gin da Morte que esteve envolvida no vosso baptismo?
PF: Fomos conhecendo ao longo do tempo alguns membros desse fantástico colectivo, e a coisa deu-se, tipo,
love at first sight. Foi bom saber que há este tipo de colectivos aqui na tugalândia. Aquece-nos o coração. Gin da Morte q.b. (com pepino).
Querem contar a história daquilo que se passou no backstage do Alive?
MA: No
backstage do Alive houve pessoal que se portou mal e, por isso, levámos todos uma falta disciplinar e fomos para casa com um recado na caderneta. Acho que não vale a pena ir muito mais fundo nesta questão.
Qual é o vosso vídeo preferido do Youtube que envolve gatinhos?
PF: Estamos indecisos entre
este e
este, que, embora não tenha gatinhos, seria muito mais incrível se tivesse.