Nem por isso. A minha famÃlia apreciava muito as artes, mas nunca me encorajaram para ser artista. Eles apenas me encorajaram para fazer o que eu quisesse e para nunca desistir. Os meus pais sempre ouviram muita música, nomeadamente música experimental. Por isso, eu cresci a ouvir muita música, mas nunca me incentivaram para seguir carreira na música. Os meus avós eram grandes fãs de ópera, teatro e ballet e costumavam levar-me frequentemente a esse tipo de eventos.
Qual foi a importância de ter nascido em Chicago e a influência da cena jazz local?
Como mencionei anteriormente, em parte fui influenciada pelos músicos mais velhos de Chicago. Mas algumas coisas da cena jazz simplesmente não me interessavam. Na altura em que estava a crescer e a desenvolver o meu gosto, havia muitas tipos de músicas a desenvolver-se e eu acabei por ser influenciada por muitas coisas diferentes. Chicago tem uma história maravilhosa e eu estou orgulhosa de fazer parte dela.
Para si foi importante ter feito parte da AACM (Association for the Advancement of Creative Musicians)?
Nesta altura sei que a música me chamaria e que havia de seguir este caminho de qualquer modo, independentemente das variáveis. Mas gostei de sentir a gentileza que sempre me deram ao longo destes anos. Não sou, desde há bastante tempo, um membro activo da organização, mas agradeço imenso o carinho que muitos dos seus membros me têm demonstrado frequentemente.
Olhando em retrospectiva para o seu trabalho, como o enquadraria na tradição do jazz e da sua evolução?
Eu não colocaria o meu trabalho na tradição do jazz. Compreendo a importância da tradição e aprendi muitas coisas interessantes, mas não acredito que o meu trabalho se encaixe na "tradição". Mas será definitivamente influenciado por ela em algumas situações, naturalmente.
Um dos seus primeiros projectos foi o trio “Sticks and Stonesâ€, com Josh Abrams e Chad Taylor. Qual foi a importância desta banda para a evolução da sua música?
Fora do universo do jazz tem colaborou com projectos musicais muito diferentes, como Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra, Godspeed You! Black Emperor ou TV on the Radio. O que ganhou com estas parcerias?
Posso dizer que ganhei algumas das amizades mais significativas da minha vida.
Um dos seus grupos, “The Chicago Project†conta com a participação de músicos oriundos de projectos como Prefuse 73 ou Tortoise. Porque escolheu estes músicos vindos de áreas tão distintas?
Todos estes músicos são, antes de tudo, improvisadores. Eu cresci a tocar com estes músicos em Chicago e por isso quis registar esse perÃodo da minha vida em disco.
Embora seja genericamente chamado de “jazzâ€, o disco Coin Coin - Chapter One: Gens de couleur libres combina diferentes estilos e linguagens. Que mensagem pretende transmitir com este disco?