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IVVVO
Terra à vista


É um dos nomes de destaque da proeminente editora do Porto que nos últimos tempos tem vindo a pisar terreno firme nas áreas da música electrónica, a Terrain Ahead. Ivo Pacheco é IVVVO – embora assine também com outros nomes – e é fundamentalmente neste projecto que tem dedicado a maior parte do seu tempo. As coordenadas geográficas pouco parecem interessar-lhe. Ivo busca inspiração noutros locais: nos seus pares, no mundo que o rodeia e até na vontade de estar noutro lugar. Em entrevista curta e directa, Ivo Pacheco abriu o jogo em relação ao seu trabalho – sem truques nas mandas, sem efeitos especiais - e não quis despedir-se sem deixar novidades: vem aí a caminho um EP que terá edição em selo austríaco muito em breve. O que pode querer significar que a Terrain Ahead – e IVVVO - já não cabe dentro destas fronteiras.
Como é que te abeiraste da música electrónica. Primeiro como ouvinte e depois como fazedor da mesma? Descreve-nos esse processo…

Foi como a ordem natural das coisas, primeiro ouvi e depois fiz. As primeiras coisas vieram em consequência de alguns amigos que já o faziam; uma coisa levou à outra.

IVVVO tem andado especialmente activo mas tens outros projectos em carteira. Fazes-nos um resumo do que tens andado a fazer?

Estou em fase de inicação de um projecto novo (Bastet) com o Chainless, essa é uma das minhas prioridades nos próximos meses, continuo a trabalhar em temas para clube com UUUU.

Mudar de nome tantas vezes é uma boa forma de forçares a ti mesmo sair da tua zona de conforto?

Tenho grandes mudanças de humor, nem sempre sinto o mesmo, nem sempre quero o mesmo e nem sempre sou o mesmo, IVVVO é o meu projecto mais pessoal, outras coisas que vou fazendo vêm não por acaso mas um bocado ao acaso.

O que é que significa para ti fazer esta música no Porto e em Portugal?

Não significa nada, poderia fazê-la em qualquer parte do mundo, seria a mesma coisa, agora, se preferia fazê-la noutro sitio, preferia.

O Porto tem-te tratado bem?

O Porto é a cidade onde nasci, gosto de aqui viver mas a cidade não me inspira, as pessoas não me inspiram, já para não falar da quantidade de pessoas burras, feias e ciumentas. A "cidade" não valoriza aquilo que tem, não é que me importe muito com isso, mas é um facto.

E como te sentes na Terrain Ahead? Até onde é que achas que a editora pode ir?

Mais do que bem, a editora é incrível. Até onde pode ir, não sei, mas com toda a certeza que é bem longe.

O que é que te surpreende na música hoje em dia? Quais são os teus critérios na altura de ouvir um disco?

Qualquer coisa que nunca tenha ouvido, e isso é muito dificil; não tenho critérios, ouço, ou gosto ou não gosto. É simples.

Aplicas à tua música os mesmos critérios que aplicas à música dos outros?

Não, impossivel, é a mesma coisa do que alguem pensar em pensar que gosta de alguem ou realmente gostar.

Fazer um disco é algo que faz sentido para ti neste momento?

Não, neste momento estou longe disso, ando demasiado confuso, talvez no próximo semestre, mas faz parte dos meus planos para este ano, pelo menos começar a pensar nele.

O que é que tens na manga para os próximos tempos? Faz-nos um resumo do que aí vem…

Estou em fase terminal do meu EP que sairá entre Março e Abril, desta vez numa editora Austríaca, essa é a unica certeza que tenho.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
22/01/2012