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Luís Lopes
Humanizar por aí


Guitarrista dotado de um fraseado jazzístico com aproximações claras ao rock, o lisboeta Luís Lopes tem estado a marcar o panorama nacional nos últimos anos. Com dois discos ainda frescos, Humanization Quartet (com Rodrigo Amado e os irmãos Stefan e Aaron González) e What is When (ao lado Adam Lane e Igal Foni), ambas edições Clean Feed, Lopes não tem parado de embarcar em diversas aventuras. Quer se exponha às variações do feedback em extremos solos noise, em animados diálogos com a bateria do promissor Gabriel Ferrandini ou a colaborar com os Afterfall (supergrupo que integra Sei Miguel, Joe Giardullo, Benjamim Duboc e Harvey Sorgen), a guitarra de Lopes procura sempre fugir às ideias feitas, surpreendendo constantemente. Para o final de 2010 estão previstos dois discos novos, dois projectos diferentes, mais ideias novas. Sem se deixar cair em clichés, o guitarrista Luís Lopes explica que por vezes o jazz pode ter raízes punk.
Começaste pelo rock e pelo punk. Como é que te meteste nisso?

Durante a minha adolescência tive uma fase em que ouvia muito punk, hardcore e metal. Por volta dos 17 anos, juntamente com uns amigos, formámos uma banda de originais muito virada para esse estilo, embora muito ecléctica, mas essencialmente isso. Gravámos umas maquetas, fizemos uns concertos, etc., nada de especial. Na altura ainda não pensava desenvolver muito. Depois, mais tarde, por volta dos 23, estava doido com bandas como os Led Zeppelin, Doors, Jimi Hendrix, Deep Purple, Black Crows, Primal Scream, etc., esse tipo de rock'n'roll. Fiz umas bandas de covers, andámos para aí a rodar pelos bares, e foi só curtir, até me fartar, é claro! Atrás vieram também os blues. Passei anos a sacar as malhas dos heróis da blues guitar e a tocar por aí pelos bares também.

Quando é que mudaste para o lado do jazz e da improvisação?

Embora já ouvisse anteriormente, comecei a prestar mais atenção ao jazz através de um tio meu (que costumava levar-me e ao meu irmão todos os domingos para ver ópera, música clássica, ballet clássico, etc.) que tinha uma colecção de discos considerável. Por vezes oferecia-nos alguns discos de vinil também. Ele passou uma altura que ouvia muito jazz, e eu por vezes passava férias em casa dele. Não tinha dinheiro para comprar discos. Levava um gravador de cassetes e fartava-me de copiar, ia carregado de música para casa. Estava apaixonado pelo Jazz. Depois mais tarde comecei a comprar discos regularmente, por vezes compulsivamente. Por volta dos meus 21 anos saí da Academia de Amadores de Musica para onde tinha ido estudar, e que era uma seca, para entrar no Hot Clube. Não queria tocar jazz, mas diziam que se aprendia. Só estive lá um ano, outra seca. Eu queria era rockar! Durante este período nunca deixei de estudar com rockeiros, e dos bons. Mais tarde, com a paixão por esta música, veio a vontade de voltar para a escola de jazz, foi o que fiz. Eu já ouvia e comprava carradas de jazz, e estava a entrar no mundo da música improvisada concreta e experimental. Por inacreditável que pareça, acabou por ser outra seca. Era muito pouco. Fraquíssimo! Não tenho qualquer dúvida que estas escolas andam a criar semianalfabetos. Se não, porque é que os alunos para se tornarem músicos de jazz com um nível considerável têm que ir para escolas lá fora no fim de passarem anos nestas escolas por cá? A informação que me forneciam era uma migalha daquilo que aprendia por outros meios. Ainda assim acabei por me aguentar até ao fim. E foi positivo, não me arrependo. Procurei e procuro sempre o máximo de informação, sem preconceitos. Mas, como muitos outros, com o mínimo de ambições, senti-me traído. Pagam-se fortunas e só se recebe uma parte demasiado pequena da matéria. Em relação à música improvisada propriamente dita, fascinou-me esta ideia de poder mergulhar no marasmo de um Universo denso e labiríntico de possibilidades, de experiências imediatas contínuas, de partilha de emoções com outros músicos através da descoberta comum e do contacto interior muito próximo com momentos de profunda liberdade.

As tuas influências como músico passam por onde? Podes enumerar alguns nomes que te marcaram e continuam a ser importantes?

Não é nada fácil, são muitos, muitas e variadas paixões. Resumindo: música portuguesa que ouvia muito na minha adolescência e me foi ficando sempre na cabeça, como o Sérgio Godinho, José Mário Branco, Jorge Palma, José Afonso, Carlos do Carmo, Amália, Carlos Paredes, fado de Coimbra, etc. Depois, outras paixões como Discharge, GBH, Metallica, Anthrax, Motorhead, Doors, Led Zeppelin, Black Sabbath, Jimi Hendrix, Can, Stooges, David Bowie, Bauhaus, Cure, Tom Waits, Patty Smith, Nina Simone, Betty Davis, Nick Cave, etc. Também os blues como Robert Johnson, Lightning Hopkins, Big Bill Broonzy, Lonnie Johnson, Buddy Guy, Albert King, Albert Collins, Freddy King, Peter Green, Stevie Ray Vaughan, etc, só para citar alguns. Alguma música do mundo e clássica (que espero vir a recuperar mais tarde) que vou ouvindo por alto e sempre que posso, e que, com toda a certeza, me vai marcando sempre. E depois, o jazz e a música improvisada dos quais destaco: Miles Davis, Thelonious Monk, John Coltrane, Alan Shorter, Ornette Coleman, Don Cherry, Albert Ayler, Eric Dolphy, Charles Mingus, George Russell, Sun Ra, Steve Lacy, Anthony Braxton, Wadada Leo Smith, Cecil Taylor, Jimmy Lyons, Sonny Sharrock, Charles Brakeen, Dennis Gonzalez, Julius Hemphill, Henry Threadgill, Sam Rivers, David S. Ware, Charles Gayle, Derek Bailey, John Zorn, Fred Frith, Noël Akchoté, Mark Ribot, Elliott Sharp, Evan Parker, William Parker, Joe Morris, Rob Brown, Whit Dickey, Ken Vandermark, Nels Cline, Peter Brötzmann, Mats Gustafsson, Paal Nilssen-Love, Raoul Björkenheim, Otomo Yoshihide, Tim Berne, Mark Ducret, Louis Sclavis, Charles Lloyd, entre muitos outros, com novas vozes sempre a aparecer. E aqui há tempos o Ernesto Rodrigues ofereceu-me uns quinze ou vinte discos da sua editora Creative Sources (só tinha quatro ou cinco) que eu devorei e continuo a descobrir.

O teu primeiro disco foi o Humanization Quartet, com o Rodrigo Amado e os irmãos Gonzalez na secção rítmica. Porque escolheste estes músicos?

Andava à procura de uma secção rítmica, baixo e bateria, com matriz no jazz, mas sem tiques académicos, para tocar umas composições simples que tinha já preparadas. Algures em 2007 fui ver os Yells at Eels, grupo dos Gonzalez com o Dennis (Pai) que estavam a tocar duas noites aqui em Lisboa. Levava comigo a guitarra porque tinha ido tocar com o saxofonista grego Floros Floridis, grupo onde se incluía também o Rodrigo, que também foi. O Dennis, gentilmente, convidou-nos para tocar um pouco com eles, e depois no fim da noite convidou-me para voltar no dia seguinte. Houve química, boa vibração e uma energia muito positiva. Adorei os irmãos Gonzalez, a sua forma criativa e orgânica de tocar, sem preconceitos, nem academismos pindéricos despropositados. Gerou-se entre nós, por variados motivos, uma enorme e intensa comunicação emotiva. Em relação ao Rodrigo, já tínhamos tocado bastantes vezes juntos e fazíamo-lo com alguma regularidade até. Fazemos parte do mesmo circuito Lisboeta. O Rodrigo, com toda a disponibilidade, vontade e ambição, está a construir o seu percurso, a sua música, bem cimentada na força criativa e composição espontâneas, uma ideia concreta, bem direccionada e sua. Para além da enormíssima bagagem musical que possui, em todas as frentes, tem toda a noção do que é a história e o papel de um tenor forte no jazz, factor imprescindível para este grupo. É com músicos desta natureza, com mente aberta e com objectivos bem definidos e interessantes que quero trabalhar.

Sendo o teu primeiro disco, foi de encontro às tuas expectativas?

A ideia inicial era trabalhar à volta de meia dúzia de temas muito simples, e com toda a espontaneidade possível, tentar transformá-las numa ideia interessante. Com base nessas pequenas composições, tentar partir para qualquer coisa que não sabíamos bem o que era, e acreditar na capacidade criativa dos intervenientes, e depois ver onde ia dar. Foi isso que nos propusemos fazer, e que foi feito com toda a naturalidade. Depois disso, já fizemos várias pequenas tours em Portugal, uma tour de 15 concertos on the road, pelos Estados Unidos, e temos em mãos a master de um novo disco a sair em Outubro pela Ayler Records e mais uma tour americana a ser preparada para 2011. Para além disso, cimentámos uma relação de grupo muito forte. Temos sempre muita vontade e saudades de estar juntos para fazer música e viver novas e intensas aventuras. Tornou-se um grupo muito especial para nós.

No ano passado saiu o disco What is When, em trio com Igal Foni e Adam Lane, com algumas proximidades mais evidentes ao rock. Este será o disco que melhor reflecte a tua personalidade musical?

Não! A minha personalidade musical é o eclectismo. Gosto de esbater os estilos, mas sempre de uma forma não forçada. Cada caso é um caso. Por vezes tenho vontade de fazer uma coisa numa determinada direcção e outras noutra. Sei é o que não quero fazer! Esse disco reflecte bem isso tudo. É um disco com uma música muito tensa e melindrosa. Não sei bem se isso foi completamente propositado. De qualquer forma, se grande parte das minhas notas produzidas nesse disco fossem tocados por um saxofone, provavelmente estaria bastante mais próximo do jazz. Não que isso seja imperativo para mim ou me interesse para alguma coisa. São ideias e sequências harmónicas que vem das teorias criadas pelo George Russell, nada de novo para o Jazz. Quando nos encontrámos para uma sessão de estúdio em Nova Yorque, que constitui metade do disco, embora eu tivesse na cabeça uma certa direcção, estava tudo em aberto. Eu nem conhecia o Igal Foni. Foi naquela direcção, provavelmente, porque tinha que ir. Mas a direcção também poderia facilmente ter sido outra, aliás, como eu gosto que seja. Depois fizemos uma pequena tour de seis concertos e mais uma sessão de estúdio em Portugal. Escolhi uma sequência coerente de temas, outros quantos ficaram de fora, e o disco saiu assim. A dificuldade foi conseguir uma mistura que fosse de encontro com a música produzida. Mas o produto final tem toda a coerência com aquilo que eu sou.

Foi importante para ti editar os dois primeiros discos na Clean Feed?

Quando vou para os Estados Unidos, ou para os poucos sítios onde tenho ido aqui na Europa, seja onde for, só oiço falar na Clean Feed. Os meus discos são criticados nas mais diversas e importantes revistas, sites e blogs internacionais, com isso dou a conhecer internacionalmente a minha música e forma de tocar. Há dúvidas? A Clean Feed é uma das editoras mais importantes do momento, ponto final. Vai deixar um património considerável de extrema importância para a história mundial desta música. Toda a gente sabe isso, já não é novidade para ninguém. Para mais, a Clean Feed, com toda esta projecção, mostra ao mundo a força que o jazz e a música improvisada têm no nosso país. Pode ser de facto uma porta de saída para a internacionalização de músicos portugueses. Isto por aqui não chega, é muito pouco. Temos que colocar rapidamente Portugal no mapa do jazz/música criativa mundial. E com isso, colocar os músicos portugueses no circuito internacional. Só assim vale a pena.

Com o Humanization Quartet andaste numa digressão a atravessar a América. Como foi essa experiência?

Foi tremendo. As mais espontâneas e incríveis experiências, a acontecer e vividas ao segundo. Não podemos mais ser os mesmos depois de andarmos juntos desta maneira intensa na estrada, de cidade em cidade, durante quase um mês a viver com toda a intensidade os momentos mais maravilhosos, surreais e inesperados que se pode imaginar. Uma carrinha com cinco pessoas carregada de material, sacos de discos e emoções ao rubro. Cada paragem, cada cidade, uma nova aventura. E ainda por cima na aglutinadora América real. Só visto. E com isso ir construíndo música e laços de amizade e intimidade fortíssimos. O fotógrafo António Júlio Duarte juntou-se à banda para realizar esta aventura connosco e fazer uma espécie de levantamento fotográfico. Foi um luxo ter uma personalidade e um artista como o António nesta viagem. Fomos um quinteto. E constituído pelos elementos inteiramente certos. Neste momento o Humanization Quartet tornou-se parte das nossas vidas e será sempre inesquecível para nós. O grupo está forte, coeso, de boa saúde e recomenda-se. O novo disco do grupo, que vai sair em Outubro pela Ayler Records, com fotografias do António, espelha bem tudo isto.

O ano passado deste alguns concertos com o grupo Afterfall, que junta Sei Miguel, Harvey Sórgen, Joe Giardullo e Benjamim Duboc. Como decorreu esse encontro de diferentes personalidades?

Foi maravilhoso. Todos os elementos do projecto se disponibilizaram totalmente para fazer música, viver o momento com paixão e, de uma forma totalmente democrática, tentar criar uma ideia válida, gratificante e interessante para todos, com base no património individual de cada um de nós mas com espírito aberto para viajar e tentar transcender todas as fronteiras. Foram cinco dias maravilhosos onde veio ao de cima toda a grandeza, generosidade e capacidade criativa individual em prol do objectivo comum. Apesar da ideia inicial ter sido a improvisação total, o que nós fizemos literalmente, foi composição em tempo real, e da boa! Trabalhar com o Sei Miguel foi enorme.

Como estão as gravações com os Afterfall, há disco para breve?

Para além do património dos três concertos que realizámos e gravámos, que é bastante e irá ser trabalhado no próximo futuro, fizemos também uma sessão de estúdio de um par de horas. Daí nasceu o disco que está para sair na Clean Feed em Novembro. Permite-me dizer que, para mim, é uma música maravilhosa. Cheia de espaço e organizada espontaneamente em áreas bem definidas. Faz-me lembrar a ópera. Tudo exactamente como foi tocado naquela maravilhosa e inesquecível tarde. Foi um sonho para mim ter trabalhado e vivido intensamente com este grupo de músicos e pessoas excepcionais. Adorava, e espero que venha a ser possível, juntar este grupo outra vez.

Tens também tocado em duo com o Gabriel Ferrandini, será que podemos esperar daqui outra gravação?

Fizemos um grupo de concertos para desenvolver umas ideias e, principalmente, um som coeso, e depois fomos para estúdio. E a ideia era voltar outra vez. Mas ainda não pegámos nisso. Para tudo isto é preciso sempre uma certa estrutura, nomeadamente financeira. Mas que eu gosto bastante de tocar com o Gabriel gosto. É um baterista brutal a subir em flecha, e com toda a legitimidade. Talento, trabalho, vontade e grandes ambições. E era um interessante duo. Agora, meus amigos, bom bom era conseguir concertos que nos proporcionassem possibilidades para desenvolver. Mas onde está o interesse dos promotores? Temos sempre que mendigar por concertos. Cansa, e muito!

Este ano fizeste algumas apresentações ao vivo a solo, num registo noise. A exploração dos limites sónicos é algo que te interessa?

Claro! Mas não só por isso. Fazer um solo de noise é uma coisa para mim muito desafiante. Só controlo, digamos assim, metade da cena toda. O feedback é imprevisível. É uma luta num jogo entre mim e o disparo sonoro, relativamente à direcção da coisa. Aquilo é um organismo vivo que te engole em três tempos se não te impuseres para, pelo menos, lhe dizeres que tu também tens uma palavra a dizer. O público é parte integrante também. Para mim, aquilo é uma espécie de triângulo equilátero: performer-som-público. E se algum dos lados vacilar, aquilo não funciona. Tenho a sensação quando estou num solo de noise que me alieno de mim e me junto ao público para ver a minha própria performance. É muito estranho. Quando funciona é uma viagem impressionante. A Teresa Prata filmou alguns, nomeadamente o da ZDB, que me parece no conjunto que ficou muito bom, com o intuito de fazer-mos um filme à volta desta ideia. Vamos ver.

Em que outros projectos estás envolvido neste momento?

Estava a precisar de parar de tocar por um tempo para, de uma forma horizontal, tentar compor qualquer coisa e organizar-me para novos projectos. Nomeadamente um grupo mais virado para a composição, com o Carlos Barreto, Rodrigo Amado e um baterista que ainda não sei bem. Gostava também de fazer uma cena assim mais tipo free punk, que ainda é apenas uma ideia em construção. E tive também um convite para um projecto, que ainda é um segredo, que pode vir a ser incrível, mas mais não posso dizer, apenas que já está a ser trabalhado. Fora isto, esperar pelo lançamento do disco dos Afterfall (Novembro) pela Clean Feed, e também do novo dos Humanization Quartet (Outubro) pela Ayler Records. E tentar qualquer coisa com a gravação que fiz com os alemães Christian Lillinger e Robert Landferman aquando da nossa pequena tour que passou também pelo Portalegre Jazzfest, desenvolver o duo com o Gabriel Ferrandini, não esquecer solos, etc.

Que discos tens ouvido nos últimos tempos?

Montes de coisas... O novo do Rodrigo Amado em Quarteto; o RED Trio; Chris Lightcap Bigmouth Deluxe; Louis Sclavis El Dorado Trio; Ivo Perelman/Daniel Levin/Torbjorn Zetterberg Soulstorm; Albert Mangeldorf 5tet Now Jazz RamWong; Tyshaw Sorey That/Not; Bill Dixon Tapestries for Small Orchestra; Paradoxical Frog; Archie Shepp Lybia; The Thing com Otomo Yoshihide, Last Exit Köln; que foi, entre outros, a última remessa que comprei na Trem Azul. E muita coisa que comprei em Chicago naquelas fantásticas e perigosas lojas, como por exemplo: Jack Bruce Things We Like; Velvet Underground White Light/White Heat; The Ex/Tom Cora Scrabbling at the Lock; Sigur Rós Takk; Alexander Skip Spence Oar; Lou Reed/John Cage Songs For Drella; Cat Power Jukebox; entre muitos outros, e vários discos que os músicos com quem estive a tocar pela mesma altura em New Orleans me ofereceram.

Sendo tu um cinéfilo, já colocaste a hipótese de fazer uma banda-sonora para um filme clássico?

Nunca me passou pela cabeça fazê-lo. Mas aqui há tempos conheci e tive um "flash" com o cinema experimental da Maya Deren. Fui investigá-la. Isso sim, era um desafio brutal. Depois, entretanto, através de uns amigos soube que tinha havido há uns tempos uma projecção de um filme dela no São Jorge, e em que a Ikue Mori tocava em tempo real. Não vi. Pena! Deve ter sido muito interessante. Curiosamente, tive dois convites para banda sonora nas últimas semanas. Um para um filme documental da Teresa Prata e outro com outro guitarrista, o Felipe Felizardo, para uma instalação do António Júlio Duarte, com dois filmes (e dois ecrãs) de luta de grilos, em simultâneo.


Nuno Catarino
nunocatarino@gmail.com
09/09/2010