Sempre que parto para um projecto novo tento reunir algumas ferramentas que não tinha anteriormente, gosto de ter uns quantos brinquedos novos para me inspirarem. Mas a grande diferença está mesmo nos discos que tenho comprado ultimamente e na musica que ouço. Acho que isso tem influenciado mais o meu trabalho do que propriamente as máquinas novas que tenho, mas claro que fazem a diferença. Dantes não tinha tantos teclados vintage e outras condições que me possibilitam chegar ao som que quero.
No Psychedelic Sound Waves parece ser ainda mais assumido o teu gosto por jogos de arcade completamente old-school. Lembro-me de parar nas Caldas, a caminho de Leiria, para comprar uns jogos de Spectrum perto da feira. Que memórias tens das tuas primeiras experiências como gamer? Tens alguns arcades favoritos, quer pelo jogo em si quer pelos sons e músicas? Algum velho jogo em que sejas imbatÃvel?
O tÃtulo de “Concept Move†fez-me suspeitar na hipótese de ter sido uma faixa gravada a pensar nas skills do Concept, quase como um argumentista que escreve um papel para determinado actor. Foi mais ou menos isso que aconteceu ou foi outra a história dessa malha?
Em termos de influências e música que te apaixona, qual das costas norte-americanas dirias que te toca mais?
Há uns tempos atrás faria mais sentido falar de influências com essa exactidão geográfica mas neste momento vale tudo. Tanto pode ser funk vindo da Etiópia como jazz Polaco, disco Russo, Dub brasileiro ou Kraut Rock. Nunca ouvi e pesquisei tanta música como agora, e estou cada vez mais viciado em diggin.
Não resisto a referir que encontro um cheirinho de Dan “The Automator†na “Time Travelâ€. Talvez por causa do disco que tem como Lovage. É um produtor que aprecias?
Sim, gosto bastante, e chegou a ser uma boa influência quando estava a dar os primeiros passos na produção.
O Dig in Japan foi adiado, mas fizemos o documentário na mesma noutros locais, daqui a 2 meses estará pronto.
Tens investido ultimamente no digging? Que últimas descobertas te deixaram abananado?
Sim cada vez mais, aliás estou numa fase de compra de discos compulsiva, desde que tenham algo que me desperte curiosidade. As últimas descobertas, assim de repente, uns discos de library da BBC cheios de efeitos especiais, outro da Pat Prilly, rock progressivo, e um disco de jazz polaco, Zbigniew Namytow, que tem uns bons samples.
Que novidades nos reserva a RockIt para breve?
Alem do Diggin Doc e uma beat tape feita exclusivamente de samples retirados de discos que aparecem no documentário, temos uma scratch tool entre outras coisas que vão ter muito mais piada quando anunciarmos no momento certo.
Acreditas que o Madlib se vai aguentar na maratona de doze discos que estabeleceu para si este ano?
O Madlib neste momento deve ter milhares de beats e centenas de álbuns na gaveta, por isso acredito que sim e estou muito curioso por ouvir tudo.