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Spectre
O hip-hop está morto-vivo


Durante a receosa segunda metade da década de noventa, o lado negro do hip-hop confundiu-se com as produções de Spectre, o Bruxo. Depois de ter um pé dentro das câmaras do Wu-Tang Clan, que jamais conseguiram recuperar a autenticidade e enigma do estrondo Enter the Wu-Tang (36 Chambers), o fã mais ávido de batidas sorumbáticas e rimas de ritual sabia que tinha sido mordido por um vicio irreversível. Spectre foi determinante no saciar dessa fome: filmou o hip-hop como uma trip de terror em The Illness (álbum-vudu muito à frente do seu ano de 1995) e fundou a Wordsound como ponte entre o hip-hop e o dub (convertendo o nome de Brooklyn em Crooklyn, tal era o aspecto rude e deformado de algumas produções).

Foi precisamente na Wordsound que expôs talentos hoje dados como certos (caso do bombástico The Bug) e outros ainda por consagrar (Sensational permanece na penumbra dos MCs revelados pelo seminal colectivo Jungle Brothers, talvez porque o seu flow é um fenómeno inexplicável). Ou seja, Spectre (disfarce de S.H. Fernando Jr.) ensaiou o funeral do hip-hop muito antes de Nas ter pronunciado o género como morto.

Agora Internal Dynasty conclui a trilogia iniciada em Psychic Wars e confere Spectre como um nómada à procura de novos velhos territórios para ocupar (gravou com os brasileiros Mamelo Sound System e com alguns rappers alemães). Tudo o resto foi revelado numa longa conversa (com direito a alguns dardos venenosos na direcção de Diplo e M.I.A.). Em rara entrevista, o Bodyspace percorre as páginas da verdadeira Enciclopédia do hip-hop sombrio: Spectre, o Bruxo.
Gosto de como a “Stone” desencadeia uma narrativa quase visual no Internal Dynasty, com todo o tipo de sons e aquele rasta a falar. Relembra-me a energia de filmes como o The Harder They Come. No que respeita ao desenvolvimento dos teus discos, sentes-te cada vez mais próximo de permitires que fluam como filmes?

O filme é um meio muito importante para mim também. Vejo muitos filmes e adoro bandas-sonoras. Por isso, tento sempre que os meus álbuns soem como filmes. Se tomares atenção, repararás que existe sempre um início, um meio e um fim – como três actos de um filme. Até agora completei duas trilogias de álbuns. A primeira foi formada por The Illness, The Second Coming e The End. A segunda foi composta por Psychic Wars, Transcendent e Internal Dynasty. Encontro-me actualmente a trabalhar no primeiro álbum de colaboração propriamente dita com o Sensational. O nome será Acid & Bass. Depois começarei a terceira trilogia. Por isso, sim, respondendo à tua questão. Gosto que os meus álbuns fluam como filmes.

Quais são as características que unem Psychic Wars, Transcendent e Internal Dynasty na mesma trilogia?

Os meus álbuns giram em torno de um conceito e cada um deles aprofunda um pensamento, ideia ou tema. A trilogia forma um mosaico de maior dimensão e também conta uma história. Neste caso, a história evolui a um nível espiritual.

Por exemplo, o Psychic Wars debruça-se na batalha entre o bem e o mal, mas como se ocorresse nas nossas mentes. Cada pessoa é o seu próprio inimigo e, assim que tomas consciência disso, envolves-te numa batalha contra ti próprio. Lutas por fazer a coisa certa, mas és constantemente tentado por optar pela errada - essa é uma batalha que todos os seres humanos enfrentam em cada dia das suas vidas. Leva isso a que, durante a duração de uma vida, a batalha passe a ser uma guerra - uma guerra psíquica.

Assim que atinges a vitória na guerra psíquica, e ultrapassas os desejos do ego, encontras-te no caminho rumo à espiritualidade. Tal como um Sufi, estás no mundo, mas não fazes parte dele. A capa de Transcendent retrata um Buda em meditação - uma imagem, que, para mim, capta realmente este conceito. Nessa altura, transcendeste o mundano e passaste ao transcendental. É a isto que eu gosto de chamar o Outro Lado. Mas tudo ocorre no outro lado, porque este mundo e tudo o que nele acontece é pura ilusão e falsidade.

Assim que transcendeste o mundo, o que resta então? A descoberta do império escondido que te aguarda. Isto é a Dinastia Interna (Internal Dynasty). Todas as religiões reconhecem este conceito. Tal como Cristo disse: O Reino do céu encontra-se no interior. Era a isto que Ele se referia – a Dinastia Interna. Assim que és mestre de ti próprio, tudo está ao teu alcance. É por isso que, na Índia, encontras sábios e gurus que mais parecem vagabundos ou pedintes. Não se preocupam com nada que este mundo tenha para oferecer, porque são mestres da Dinastia Interna.

Quando escolheste os MCs que haveriam de participar no Internal Dynasty, sentiste necessidade de seleccionar aqueles que se mantêm próximos do verdadeiro hip-hop e longe da Nova Iorque mais conformada? Quão decadente te parece a qualidade do MC nova-iorquino nesta altura?

Adopto uma abordagem universal para tudo. Não estou a fazer música para pessoas de Baltimore ou Nova Iorque, mas sim para todos os seres do universo – e isso inclui as várias espécies de extra-terrestres. Leva isso a que abrace talentos de toda a parte. O Japão, a Alemanha e o Brasil são países em que passei tempo nos últimos anos e onde conheço muita gente. Existem muitos mais para descobrir e muitas pessoas por conhecer.

E o que podes já adiantar acerca de Acid & Bass?

Não sou gajo para alimentar hypes, mas este álbum será muito especial. Primeiro porque será o primeiro em que colaborarei com o Sensational, que conheço há mais de quinze anos. Isso é por si só incrível. Depois de cada um de nós ter-se destacado com 7 ou 8 álbuns a solo, vamos combinar forças numa altura em que estamos no pico de forma. É como o De Niro e o Pacino no Heat - Cidade Sob Pressão. Posso dizer-te que já gravámos algumas faixas e é pura magia, sem que isso envolva um grande esforço, porque conhecemo-nos perfeitamente, a nível pessoal e de estilo. Além disso, ao contrário do típico artista, que começa por ser underground e depois é descoberto, levando isso a que o seu engenho vá pelo cano abaixo, o Sensational e eu somos artistas pouco reconhecidos, e isso faz com que ainda tenhamos fome disso. E ainda estamos na luta pela música e empenhados em merdas que não foram escutadas antes. Nem sequer somos aceites no mundo do rap e vivemos bem com isso, porque somos puro hip-hop e não só. Gostamos de fazer música impossível de ser categorizada e é isso que Acid & Bass será - uma cena com uma pinta descomunal, nunca escutada antes, e que se apoderará das veias como a heroína.

Manténs-te atento ao que se passa no hip-hop japonês? Tens alguma faixa ou disco favorito do DJ Krush?

Tanto quanto posso, mantenho-me a par do trabalho do meu amigo Gebo, um MC que gere a Suppon Records, em Osaka. Ele participou nos meus dois últimos álbuns de Spectre. Mas o Krush? Não tenho picado a cena dele ultimamente. Alguns dos seus discos antigos são porreiros.

Enquanto permaneceste no Brasil, reparaste na existência de algum beef (o termo usado para “feudo” no hip-hop) entre algumas partes?

No hip-hop não, mas o beef é constante entre os polícias e as pessoas comuns. As pessoas pobres são mal-tratadas, porque a polícia parte do princípio que todos os habitantes na favela são traficantes de droga. A polícia no Brasil é como um exército e já ouvi dizer que são corruptos como tudo.

És fluente no alemão? É essencial entenderes as rimas de um MC ou é possível que o convides para um disco de Spectre por causa do seu incrível flow e perícia verbal?

Tive lições de alemão durante cinco anos e ainda consigo entender a língua, mas tenho dificuldade em falá-la. Os dois MCs que rimam em alemão, no Internal Dynasty, enviaram a tradução das suas letras, mas não creio que isso seja muito importante para apreciar aquelas canções. O que importa é o flow, a cadência e como soa no final.

Reparei que a “Riffin’” (de Internal Dynasty) inclui aquele monólogo clássico de The Warriors. Recordas-te de outros filmes que exerceram um impacto semelhante em ti? Aquele tipo de filmes que te levaram a sonhar fazer qualquer coisa pela tua mão…

Como disse, o cinema sempre representou uma enorme influência, e existem inúmeros filmes que me inspiraram. Por onde começo? O Space is the Place de Sun Ra é um clássico. Não existem outros artistas como Sun Ra a nível musical, conceptual e espiritual. Ele proporcionou o exemplo de tudo aquilo que um verdadeiro artista pode ser. Também adoro os spaghetti westerns de Sergio Leone. E a nova vaga francesa de Godard e Truffaut, entre outros. Adorei o Rockers, que retrata a indústria da música jamaicana na década de 70. Todos estes filmes proporcionam inspirações diferentes. Terá partido deles a inspiração para fazer o meu próprio filme, Crooked, que é quase uma produção de guerrilha. Produzem-se bons filmes hoje em dia, mas tens de procurar muito. Tudo o que se faz em Hollywood parece um videojogo e as ideias originais são escassas, excepto quando partem de gente como Charlie Kauffman. Acho que todo o realizador que decide ir para Hollywood acaba por se transformar em merda. Alguns fazem um primeiro filme porreiro e depois são sugados pelo sistema de Hollywood. Aconteceu aos melhores. Voltarei a fazer filmes um dia, mas agora não tenho dinheiro suficiente. Fiz o Crooked por 30 mil dólares meus. Com os meus amigos. É assim que deve ser. É impossível receber financiamento de outras pessoas e manter o controlo criativo do filme.

Acreditas que o culto que a Wordsound e o Sensational merecem no Japão pode ter contribuído para que o Sensational gravasse um disco com Kouhei em Osaka? Li aquela entrevista que dava conta de como, no Japão, o Sensational recebia ténis dos fãs e a atenção das mulheres. Achei engraçado.

O Sensational é um êxito de culto em todo o mundo. Adoram-no em toda a parte excepto na sua própria cidade, Nova Iorque. Mas Nova Iorque anda estranha nesta altura. Como pode o berço do hip-hop não apoiar os seus próprios artistas? Agora as rádios só tocam merda do Sul. Não arranjam meios de apoiar os MCs nova-iorquinos, ou artistas mais underground, daí que tenhamos de levar o nosso circo para a estrada, na Europa e Japão. Tínhamos um dia vago em Osaka, durante a nossa última digressão no Japão, e o Kouhei disse que queria gravar algumas faixas com o Sensational. Ele reservou um estúdio. Ficámos por lá sem fazer perguntas. Cinco ou seis horas depois, saímos de lá com um álbum completo. Nem era suposto ser um álbum, mas aconteceu espontaneamente. É assim que funcionamos: dependendo apenas das vibrações.

Para onde caminha o Sensational ultimamente? Suponho que seja difícil antecipar tal coisa…

Ele caminha para o outro lado do buraco negro. Ele até tem uma música sobre isso no álbum Heavyweighter. Ninguém sabe o que está dentro de um buraco negro, não é? Muito menos o que está do outro lado do buraco negro… Alguns dizem que é matéria negra ou anti-matéria. O Sensational é matéria negra que se move à velocidade da luz. Acredito que no dia 21 de Dezembro de 2012 o mundo inteiro possa ver aquilo que o Sensational vê todos os dias.

Sensational em grande.

Quais foram as maiores dificuldades enquanto filmaste o documentário Indústria Brasileira? Quantas horas de filmagens tinhas antes de passar à fase de edição?

Foi difícil fazer esse filme, e ainda estamos a fazê-lo, mas a experiência foi de loucos. Basicamente, eu e o DJ Klos, que é do Rio de Janeiro, gravámos o documentário durante 4 meses no Brasil. Viajámos para toda a parte de autocarro e vivemos com um orçamento reduzido – como acontece com grande parte das pessoas no Brasil. Não ficámos num sítio fino como o Diplo e nem sequer pagámos às pessoas das favelas para organizarem festas, que depois seriam filmadas. Só tínhamos uma câmara e andámos por todo o lado de noite. Visitámos favelas e tudo o que possas imaginar. Estivemos perto de nos metermos em broncas. O pior para mim foi ter apanhado dengue, quando havia uma epidemia gigante no Rio de Janeiro nessa altura. Cuspia sangue e mal me conseguia manter de pé. Ainda assim, éramos obrigados a sair para gravar entrevistas e concertos. Cheguei a pensar que ia morrer. Felizmente, o sistema de saúde no Brasil é gratuito e isso permitiu que eu estivesse no hospital e recebesse medicamentos de graça. Se o mesmo me tivesse acontecido nos Estados Unidos, eu tinha morrido porque não tenho seguro médico. Já temos 40 horas de filme, mas preciso de mais para completá-lo.

Já tens acordos de distribuição para o filme? Vai estrear em alguns festivais?

Nada. Vou tratar disso quando as filmagens terminarem.

Provavelmente já sabes da popularidade que os artistas brasileiros têm em Portugal. Acho apenas estranho que sejam poucos os colectivos brasileiros de hip-hop que alcançam a internacionalização, se pensarmos em como o género é fértil no Brasil. Aqui, parece que os Planet Hemp e Gabriel, o Pensador, e merdas tipo Charlie Brown Jr., eclipsam por completo muitos outros nomes. Encontras explicação para isso? O Indústria Brasileira foca um pouco desse aspecto “por nós para nós”?

O hip-hop brasileiro relembra-me o início do hip-hop no Bronx, quando tudo acontecia num espírito faça você mesmo e todos eram obrigados a dar no duro. Amo essa era. Sabem que não ficarão ricos com tais práticas – fazem-no por amor à arte. O mesmo acontece com o graffiti. O Rio de Janeiro tem uma das melhores cenas de graffiti do mundo. São Paulo também. O hip-hop é gigantesco e diverso, tal como chegou a ser nos Estados Unidos. O motivo que impede a internacionalização acaba por ser a língua. O baile funk estoirou porque é música de dança, e não precisas de entender as letras para dançar. Metade do hip-hop envolve a habilidade lírica, e, atendendo a que nem todos entendem o português, o hip-hop brasileiro não é famoso. Mas acho que é brilhante. Eu ouvi cenas incríveis no Brasil. No Indústria Brasileira cobrimos toda a música e não apenas o hip-hop. Abrangemos o baile funk, dub, reggae, drum n’ bass, rock. Falámos com velhos artistas de samba, bossa nova, forró, que estão a colaborar com novos músicos. É esse o tema de Indústria Brasileira – Brasil In The Mix.

Uma das coisas que não apreciei no último disco do Doom, Born Into This, foi o facto de um terço parecer requentado a partir de material de arquivo. Quando planeias novos discos na WordSound, procuras fazer com que pareçam tão frescos quanto possível?

A WordSound tem um catálogo de 64 lançamentos que as pessoas ainda não conhecem. A maioria destes lançamentos estava à frente do seu tempo quando saiu, o que significa estar perfeitamente actual nos dias de hoje. Continuamos a avançar para o futuro. A nova música é como crack para mim – preciso de ouvir coisas novas a cada minuto. É isso que tentamos fazer na WordSound: manter tudo fresco e futurista.

O DJ Spooky teve a oportunidade de mergulhar nos arquivos da Trojan para fazer a sua própria mistura. Em que catálogos gostavas de pegar se tivesses a mesma oportunidade?

Gostava de ter a primeira temporada da On-U Sound ao meu dispor. A música latina da Fania e talvez as primeiras coisas da Def Jam.

O Tapping the Conversation de The Bug é um dos discos que melhor representa a estética da WordSound, na medida em que evolui como um filme. O que te levou a convidar o Kevin Martin para a WordSound? Manténs-te atento ao que tem feito ultimamente?

Tal como eu, o Kevin era jornalista de música, e partilhávamos um gosto pelas cenas mais out. Costumávamos tentar superar-nos mutuamente nos discos que propúnhamos um ao outro. Isso levou a que ambos conhecêssemos cenas excelentes. Quando comecei a WordSound, ele abordou-me no sentido de fazer o disco de The Bug, e eu aderi a isso, sabendo dos seus gostos musicais. Gosto também da evolução de The Bug. Creio que um artista tem de crescer e mudar, e satisfaz-me reparar que tem muito sucesso actualmente. Reparar que um tipo como o Kevin conseguiu singrar neste negócio de merda, em que tudo é baseado no hype, ilusão, conformidade e conhecimentos, vale muito mais do que mil DJ Spookys ou Diplos. É uma vitória da arte sobre o comércio.

Chego a reparar em nova música que tenta emular aquele teu ingrediente ill como se fosse uma novidade. É um pouco revoltante. Como reages a esses decalques?

Tal como o Bill Laswell me disse certa vez, Não existe nada de novo debaixo do sol. Ninguém é original…. E acho que ele sabe o que diz. Tudo deriva de alguma coisa porque não vivemos num vácuo. E tudo já foi feito. Não existe necessidade de reinventar a roda, certo? Gosto de toda a música, desde que seja boa. Não me importa o género. Como referiu Bob Marley, Quem sente, conhece-o. Sabes à partida que música foi feita para os “carochos” da música de dança, e que música foi feita com consciência e alma; sabes o que foi feito por dinheiro, e o que foi feito em nome da criatividade. Isso sente-se. Para mim, a illness está entranhada na minha psique e eu sou capaz de escutá-la em diferentes tipos de música, desde o jazz, até à clássica, passando por trance marroquino e hip-hop. A illness apela ao lado sombrio das pessoas. É por isso que as pessoas gostam de dubstep – porque é sombrio e agressivo. Mas dubstep é apenas mais um nome para vender algo. Para mim é apenas mau dub. Procura a fonte e perceberás aquilo a que me refiro.

Acreditas que os Anti-pop Consortium poderão estar uma vez mais à frente do seu tempo com o regresso que têm marcado para este ano?

Eu adoro aqueles tipos e desejo-lhes o melhor, mas prefiro concentrar-me no que faço. Já não escrevo sobre música, por isso deixo toda a especulação para os críticos. Ainda assim, acho que o Sensational e eu temos o melhor disco de hip-hop de 2010, Acid & Bass.

Quer isso dizer que não escreves nada ultimamente?

Escrevi um artigo sobre os clubs de Baltimore para a Spin, em 2006? Já não me interessa seguir essa vocação porque não existe música dita “nova” que me agrade. Em vez disso, tenho feito muita música, porque, tal como tinha referido, tenho de escutar sempre algo inovador.

Como tens observado a situação de crise no Sri Lanka?

Acompanho-a diariamente. Estou muito ligado ao Sri Lanka – a maioria da minha família vive lá e eu também lá vivi durante um ano, em 2007, enquanto trabalhava num livro de culinária, Rice & Curry – Sri Lankan Home Cooking. Acho uma pena que as pessoas não consigam viver harmoniosamente numa ilha tão pequena, e eu sou a favor da paz e tolerância, assim que a ofensiva do governo termine. As pessoas não se apercebem que os Tigres Tamil são o mais impiedoso e bem financiado grupo terrorista de todo o mundo, e que o exército do Sri Lanka só agora tem conseguido ganhar algum terreno. Eu vi a M.I.A., que é filha de um Tigre Tamil, falar numa entrevista como uma pessoa que sofreu uma lavagem cerebral com toda a propaganda terrorista. Ela não faz ideia do que fala quando fala acerca de lutadores da liberdade. Os lutadores da liberdade servem para obrigar crianças a pegar em armas ou a funcionar como bombistas suicidas? Os lutadores da liberdade servem para explorar o seu próprio povo usando-o como escudo humano? A situação é tão complexa, e ela é uma cabeça oca que deve limitar-se a compor uns refrães pop orelhudos.


Miguel Arsénio
migarsenio@yahoo.com
23/09/2009