Em relação ao EP foi importante percebermos o que estávamos a fazer naquela altura, perceber como soávamos. Foi o primeiro registo, e era aquilo que tÃnhamos para mostrar. Ajudou a perceber o que gostávamos ou não. A formação era outra, mudamos bastante como banda, mas foi importante passar por ali. Percebemos qual o caminho que não querÃamos seguir. O Nice To Miss You, foi um disco gravado num dia, numas horas. Montamos tudo num bom estúdio, não tÃnhamos dinheiro para mais do que esse dia de gravação. O Jorge Coelho, que produziu o disco, já nos tinha visto ao vivo e queria que a atitude e o registo fossem esses. Tocámos as músicas ao vivo e escolhemos os melhores takes. O disco foi lançado no nosso site com download gratuito, e foi a maneira de tocarmos em bastantes sÃtios sem ter uma edição fÃsica. Permitiu que muita gente nos conhecesse, e acabamos por tocar bastante. Isso foi importante.
Em que momento perceberam definitivamente que valia a pena apostar nos Sizo? Algum concerto em especial, o lançamento do disco de estreia?
Para mim foi no primeiro concerto que demos, no Mercedes. As músicas podiam não ser as “certas†mas a atitude ou a “energia†estava lá. Penso que ficamos surpreendidos connosco, com a reacção das pessoas, com o facto de termos dado um bom concerto, com o facto de todos termos sentido que havia ali qualquer coisa. ConhecÃamo-nos na sala, mas aquele momento fez-nos ver que havia ali assunto. O facto de não termos uma edição fÃsica do disco e irmos tocar aos Açores, ir a Espanha, passar por festivais que foram importantes para nós como Paredes de Coura, fizeram com que essa opinião ganhasse alguma consistência.
Foi natural. Tocamos regularmente e acabamos por chegar a coisas que nos fazem sentido. Não foi nada sofrido, talvez a grande mudança tenha sido menos pedais e menos efeitos em tudo, mais directo.
Fundir os Sonics com os Suicide pode ser uma excelente forma de resumir os Sizo?
Sim, neste momento acho que faz todo o sentido. São duas bandas que nos dizem bastante, e podemos encontrar bastantes semelhanças entre elas. Aquele lado sujo dos Sonics e dos Suicide, um gajo a querer ser o Elvis e a disparar electrónica, outros a tocarem como se não houvesse amanhã.