A tua bio no myspace refere o facto que começaste a tocar guitarra aos 14 porque estavas aborrecido. E que te aborreceste várias vezes na vida, evoluindo sempre a partir daÃ. Este Jamboree (…) surge por que te aborreceste de gravar em estúdio. Dado que só tinhas gravado um álbum, pergunto-te se te aborreces assim tanto com as coisas? Já estás aborrecido com este disco?
Para ti quais as diferenças essenciais entre este disco e o teu primeiro Cruisin' Alaska? Sobretudo ao nÃvel das ideias, ambições e aspirações que te iam na cabeça na altura do primeiro e agora. Por exemplo, em graus de satisfação (de 0 a 10) o que darias a cada disco?
No primeiro disco, lembro-me de no fim ter ficado surpreendido comigo mesmo por ter conseguido sozinho fazer aquilo tudo. Por exemplo, quase nunca tinha pegado num baixo e depois dava comigo a constatar que tinha feito umas linhas bem fixes. A minha maior ambição era essa, a de chegar ao fim e ficar surpreendido comigo mesmo, orgulhoso do resultado final, e sentir as reacções de pessoas que gostaram muito do disco. Daria 9/10 ao primeiro e 10/10 a este. Só por causa do raio da última música do Cruisin' Alaska, aquela em que aparece um tipo a falar em espanhol e a tocar tambor. Ainda hoje não sei o que me terá passado pela cabeça... Sempre que ouço isso rio-me à gargalhada e faço stop.
Conta-nos mais coisas sobre a tua relação com a Academia de Música de Espinho. Como nasceu, como correu a parceria (ao ouvir o disco parece que correu muito bem), as grandes diferenças e ideias comuns, os altos e baixos dessa relação.
O nome Weatherman tem alguma coisa a ver com um obscuro filme de Nicholas Cage? Ou tem a ver com os ainda mais obscuros Weathermen, do “Weather Undergroundâ€, movimento ultra-radical dos “sixties†americanos? Como surgiu o nome do teu projecto?
Sim, eu estava a ler sobre esse movimento. Achei imensa piada por eles terem feito coisas como ameaçar que contaminariam os rios de S. Francisco com LSD... achei essa ideia tão absurda quanto interessante, no sentido de despertar a imaginação.
Comecei muito cedo, lembro-me de ser muito pequeno (4 ou 5 anos, talvez) e meter os “phones†na cabeça e escolher sempre aquelas bobines, ou cassettes, que me davam um imenso prazer ouvir. E assim ficava durante horas a fio. O meu pai diz que eu impressionava na minha tamanha agilidade em manusear a aparelhagem. Mal sabia caminhar sequer....
Voltando às músicas do teu disco, e para quem não entende muito de francês, qual o significado da letra de “La Fontaine� É mesmo uma “ready-made song�
Acabei de ter uma ideia para o novo vÃdeo e enviei-lhe um email para ele me dizer o que acha. Provavelmente vai achar ridÃcula...vamos aguardar. No vÃdeo da “Chloe's Hairâ€, a maior parte das ideias partiu dele, especialmente a nÃvel visual. A ideia de misturar o mundo do Weatherman com a personagem Chloe, se não estou em erro, partiu de mim... Tudo indica que o segundo single será “Follow You Everywhereâ€...
Para concluir, como Weatherman, como prevês o tempo na música portuguesa? Um tempo de sol, ou pelo contrário, nublado, chuvoso? Há alguns projectos portugueses tão luminosos como o teu, com os quais te identifiques?
Não arrisco palpites... mas que há por aà muita música boa, isso há.