Os Pivot começaram por ser um conjunto com cinco membros. Após o lançamento do primeiro disco Make Me Love You, editado apenas na Austrália, três membros saÃram e eu entrei. Eu andava a fazer alguns concertos de improvisação alucinada com o Laurence, antes de me juntar à banda, e, depois de ter tocado certa vez com os Pivot, como substituto de um dos membros, eles convidaram-me para entrar na banda.
Qual foi habitualmente o ritmo das gravações do O Soundtrack My Heart? Viviam perto uns dos outros quando começaram a desenvolver o álbum? Ou, em vez disso, tentaram um modo de “total concentração†para aproveitar o pouco tempo comum?
Gosto da facilidade que algumas faixas demonstram na transição entre estilos, e mais especificamente daquele momento de breakdance que surge repentinamente na “In the Bloodâ€. Achas que as dinâmicas no disco ganharam com o facto da soma dos vossos gostos resultar numa combinação quase perfeita??
Sim, acho que o disco assenta realmente nessa soma. O nosso gosto colectivo varia de tal forma que acaba por ser um desafio somar as partes sem que essas sejam distinguÃveis entre si. Um desafio em que fomos bem sucedidos desta vez.
Tento às vezes calcular a quantidade de ideias que ficaram pelo caminho durante essa fusão de gostos. Achas que algum do material preterido pode ser depois repescado em diferentes versões e edits? Continuaste a voltar ao excesso à medida que entraste em digressão do disco?
Que lições, acumuladas enquanto tocaste a solo, te parecem ter sido mais úteis como preparação para o que fazes agora com os Pivot?
(reticente) Provavelmente a parte mais improvisada das minhas actuações a solo foi o que mais estimulou as aptidões que uso agora nos Pivot. A capacidade de baralhas as coisas, baralhar a estrutura de canções que as pessoas reconhecem, mas mantendo tudo a um nÃvel interessante e reconhecÃvel para mim e para o meu público.
Acreditas que, em geral, as pessoas já ultrapassaram a aquela noção que estabelece o músico atrás do laptop como o menos esforçado na banda? Eu recordo-me de assistir ao Four Tet numa primeira parte de Radiohead e de algumas pessoas na plateia dizerem que ele estava ali a divertir-se com um jogo qualquer de “treinador de futebol†para PC.
Eu recordo-me do impacto que teve em mim o poster do Gallipoli quando eu tinha cerca de oito anos. Mantenho uma enorme curiosidade em relação a como os australianos reagem ao facto do Mel Gibson ser geralmente o fanático mais troçado em Hollywood. Como observas esse fenómeno do Mel Gibson na Austrália?
Ainda equacionaram tentar qualquer coisa de especial para o lançamento australiano do O Soundtrack My Heart? Gosto de reparar nos singles e EPs exclusivos que a Austrália costuma ter.
Podias escolher dois discos predilectos do catálogo da Warp e justificar essa escolha?
Peel Session dos Autechre, porque me recorda o esforço mental que exigia tentar perceber como cada um dos sons parecia vir de uma força alienÃgena. Selected Ambient Works 2 do Aphex Twin, pelas memórias de escutas à s 7 da manhã, ao regressar de festas de techno e house, quando era mais novo.
E o que nos reserva o restante ano em termos de Pivot?