Vai ser um disco completamente diferente de Folxploitation, para começar. Acho que no futuro, olhando para trás, poderá ser considerado como o meu disco de rock. Vou gravar com um combinado de músicos curitibanos de duas excelentes bandas, Bad Folks e Wandula. Eu tenho tudo muito planeado na minha cabeça, o que quero dizer e onde quero chegar. Countrypolitan vai ser mais um passo em direcção a isso.
Eu não sei tocar nenhum instrumento, apenas ouço as canções na minha cabeça. Tenho um gravador de bolso e costumo registar as melodias e letras que vão surgindo. muitas vezes sigo cantarolando algo, enquanto caminho, e quando chego em casa já tenho uma canção pronta, letra e música. sou um tanto metódico, não faço canções à toa. Sei exactamente onde elas se enquadram e quando vão sair ao mundo. Já tenho todo um projecto imaginado para o Blue Afternoon. O meu terceiro disco fecha uma trilogia, abrindo caminho para um álbum final. Depois disso, creio que o Blue Afternoon terá cumprido o seu papel.
Li algures um crÃtico brasileiro dizer que a tua música era "completamente peculiar na cena independente brasileira: voz, violão e minimalismo". Sentes-te de alguma forma sozinho musicalmente falando?
Talvez sim, mas na verdade nunca parei para pensar nisso. Continuo a fazer a minha música como quero, com as pessoas que quero. Como disse, em Countrypolitan vou colaborar com músicas do Wandula e Bad Folks. São dois grupos que me agradam muito e certamente identifico-me com o trabalho deles, e principalmente, identifico a música do Blue Afternoon com a deles. São apenas dois exemplos, mas existem muitos outros artistas com quem me identifico e que inclusive pretendo trabalhar, num futuro próximo. As ideias não param.