É estranho pensar para trás nesse dias. Não foi assim há tanto tempo, no entanto está demasiado longe para me lembrar. Estava a escrever e a gravar diariamente nesses dias. Gravei todo o The Doldrums aÃ, excepto uma canção, “Ballad of Bobby Pynâ€, de 2003, que eu adicionei ao álbum original quando assinei pela Paw Tracks. Terminei a escola no final de 1999, escapei de Val verde, voltei para LA, aluguei um quarto muito barato numa casa de meditação Ananda Marga, trabalhei ao balcão na Rhino Records e mais tarde trabalhei como assistente de professor na mesma escola de ensino básico em que andei desde os 5 aos 12 anos. Tinha uma namorada na altura e tÃnhamos uma relação muito stressante. Eu não era um bom namorado, tenho de admitir. Mas eu não estava apaixonado. Não sabia isso na altura – eu pensava que estava. Mas terminamos. Depois comecei a andar com outra rapariga, e por alguma razão, casei com ela poucos meses depois de a conhecer, e depois mudei-me com o meu amigo John Maus, e depois mudei-me com a minha “esposaâ€. Rapidamente as coisas ficaram feias. Arranjei um trabalho como assistente de artista para a Francesca Gabbiani, que estava grávida na altura. Gravei para cima de 10 álbuns durante este tempo, sem mencionar a vasta maioria de canções que não tiveram casa num álbum propriamente dito.
Quando eu penso em Ariel Pink um homem atravessa-me o pensamento devido a vários motivos: Jandek. Aprecias o trabalho dele, aprecias a sua relação (ou falta de) com o público e a sua relação (ou falta de) com a sua própria música?
As pessoas tentam relacionar-te de certa forma como outros músicos nascidos em Los Angeles como o Bruce Nauman ou o Frank Zappa. Sentes-te relacionado com eles de alguma forma?
Quando ouço as tuas canções duas coisas são claramente óbvias: o lado mais pop e a estranheza de toda a coisa. Em que “departamento†concentras mais atenção?
Não houve pressão de forma alguma. Fiquei agradavelmente surpreendido e lisonjeado que eles gostassem da minha música o suficiente para a editar. De novo, eu não fazia a mÃnima ideia que eles tinham uma editora, por isso quando lhes entreguei o meu CD na altura em que os conheci, não tinhas quaisquer expectativas. Na verdade, presumi que o CD ia acabar como lixo no chão do autocarro da digressão antes de terem sequer a oportunidade de o ouvir, tendo em conta todos os CDs que eles recebem noite após noite.
Acredito que a tua música tem algumas semelhanças com a música dos Animal Collective: a forma como ambos criam música pop de formas pouco usuais e inovadoras, toda o imaginário infantil nas letras… concordas com isto?
Todos dizem que quando ouvem a tua música são levados para os anos 60 e 70. Para onde os levarias exactamente. Gostavas de ter vivido nos anos 70?
Eu estava vivo nos 70s! Nasci em 1978. Por isso eu estava lá, pá, ao contrário da maioria das bandas que se ouvem hoje em dia. Mas se fosse de todo possÃvel voltar atrás no tempo, eu aceitaria. Quantum leap!