Participaram com uma tema há algum tempo numa compilação de homenagem a Carlos Paredes. Que outro músico português mereceria já na vossa opinião uma compilação de homenagem onde os Dead Combo gostassem de participar?
Acabámos de entregar o master de uma versão dos Mão Morta que irá ser editada numa compilação organizada pela Raging Planet. Há imensos músicos Portugueses que gostaríamos de homenagear. Com tempo iremos fazendo esse trabalho.
Este novo disco foi gravado na Galeria Zé dos Bois. Como decidiram fazê-lo? Como correram as gravações por lá?
A ZDB é de certa maneira a nossa casa. Temos uma pequena sala de ensaio no 1º andar na qual gravámos o Vol.2. As gravações correram muito bem e a um ritmo bastante relaxado.
Quer-me parecer que a experiência ganha aquando do primeiro volume vos deu a capacidade de experimentar mais com este segundo volume.
Este novo disco parece um pouco mais solto e livre que o anterior, e ainda um pouco mais rico sonoramente, concordam?
Sim, completamente. Isso também se deve ao facto de o método de gravação ter sido totalmente diferente. No Vol.1 já tocávamos as músicas ao vivo e quando gravámos, fizemos como se de um concerto se tratasse. Todos na mesma sala gravados ao mesmo tempo. No Vol.2 começámos com ideias que fomos gravando ao longo do tempo. Depois de seleccionadas começámos a trabalhar nessas ideias como que em layers. Foi um trabalho de produção muito diferente.
Nota-se nos convidados as ligações a Sérgio Godinho e aos Humanos. Esses convites tiveram alguma intenção especial? Como fizeram essas escolhas?
Acima de tudo são nossos amigos que sempre nos acarinharam. Convidá-los foi natural. São pessoas que admiramos como músicos e como tal é uma honra ter pessoas assim a trabalhar connosco.
Imaginem que teriam de traçar um roteiro mundial correspondente ao
som – ou aos diferentes sons – deste novo disco… Como o fariam? Ou preferiam fazer um nacional, pelas ruas de Lisboa?
Acho que seria mundial. Começaria por Lisboa, passava por Cuba, depois EUA. Desciamos até à América do Sul. Atravessávamos o Atlântico até África, subiamos pelo Médio Oriente até à europa central e voltávamos a Lisboa.
Nota-se igualmente neste segundo volume – e já se notava no primeiro - uma certa sensação cinemática muito apetecível. Quais foram os filmes que mais os inspiraram em 2005?
A mim, pessoalmente foram muitos. O Novo Mundo, Charlie e a Fábrica de Chocolate, Broken Flowers, entre outros.
Além dos Dead Combo participam ainda em outros projectos. Quais são os vossos planos musicais fora dos Dead Combo?
Tocar com o maior número de pessoas possível, o mais musicalmente diverso.