Nos últimos anos, a força criativa gerada entre Josephine Foster, Victor Herrero e os seus cúmplices do costume tem-nos dados muitos e bons frutos para colheita. Assinados com o nome da norte-americana, com o do espanhol ou de projectos paralelos, os trabalhos têm vindo a suceder-se. E sempre com resultados entusiasmantes.

Mendrugo junta Josephine Foster, Victor Herrero, o irmão José Luis Herrero e ainda o japonês Taku e a asturiana Lorena Alvarez. Juntos, criaram em More Amor uma paisagem acústica impressionista dramaticamente viciada em melodia, uma tela de maravilhosas minudências, um documento de enorme intimismo e beleza.

O som do disco, lo fi até ao tutano, tem aquela sensação de beira de estrada, de pradaria, de ruralidade, de congregação, de folk contaminado por paisagens espanholas, de improvisação e de celebração. É uma espécie de ode à simplicidade, ao regresso às raízes, a uma forma mais natural de vida.

É um lugar-comum dizê-lo mas aqui vai disto: destacar alguma canção de More Amor é uma tarefa por demais inútil. Cada uma das suas doze partes constrói um todo que deve ser apreciado integralmente. E o seu todo é uma das mais bonitas e essenciais obras criadas por esta família. Um disco obrigatório.