No blogue de Lorena Alvarez há uma expressão que resume de uma forma brilhante, ainda que “auto-infligida”, o motivo, o métier, a razão de ser musical da artista nascida no norte da península ibérica. Essa expressão é “tradicional sexy”. E depois disto não é preciso explicar quase nada acerca de Anónimo.

A verdade é que Lorena Alvarez, no seu disco de estreia, consegue exactamente isso: pegar na música do sítio de onde vem, na música tradicional espanhola, e transformá-la em algo ligeiramente mais actual, mais “contemporâneo” - com todas as aspas necessárias e. Anónimo é um disco que mostra uma certa música tradicional espanhola à luz da modernidade.

“Alba”, o tema que abre este Anónimo, é a amostra perfeita daquilo que se pode ouvir ao longo dos 16 temas que fazem este disco: da ruralidade a uma pop bem adornada (sem excessos nem exageros) vai uma distância curtíssima. “Manolo”, na sua cacofonia campestre, é apenas outro dos motivos para absorver a experiência de Anónimo em toda a sua transparência e vitalidade. Mas felizmente não é a única. Anónimo é um disco cheio de pequenas grandes canções.