DISCOS
Diego Armés
Canções Para Senhoras
· 06 Dez 2011 · 10:01 ·
Diego Armés
Canções Para Senhoras
2011
Chifre
Sítios oficiais:
- Diego Armés
- Chifre
Canções Para Senhoras
2011
Chifre
Sítios oficiais:
- Diego Armés
- Chifre
Diego Armés
Canções Para Senhoras
2011
Chifre
Sítios oficiais:
- Diego Armés
- Chifre
Canções Para Senhoras
2011
Chifre
Sítios oficiais:
- Diego Armés
- Chifre
Os rockers também sentem.
Estamos perante uma estreia a solo, mas nĂŁo se trata dum caloiro. O Diego ArmĂ©s que nos apresenta estas Canções Para Senhoras Ă© o mesmo que canta, toca guitarra e compõe em Feromona. Mas se nesta banda Ă© guiado pela pujança do roquenderole, aqui conduz-nos por um universo Ăntimo, arriscando enveredar por temáticas mais sentimentais (sem serem lamechas) ou românticas, nem sempre alegres ou soalheiras.
O que Diego canta numa das faixas, intitulada “Canção Sentimental”, permitirá compreender o que está na gĂ©nese da sua estreia a solo: «Tentei ser diferente / NĂŁo fazer canções sentimentais / SĂł letras pujantes / Que abordassem temas capitais / Mas ficava tanto por contar / Das coisas que eu junto devagar (…) / Tentei fazer rock mas sĂł me sai poesia». É tambĂ©m dos temas em que mais se expõe, confessando: «Quebrei regras minhas para criar / Uma canção sobre o que Ă© gostar / Das festas, dos toques, da fusĂŁo dos corpos / Da voz e do odor / Que eu provo em silĂŞncio quando estamos mornos / Depois duma dança de amor». A relevância atribuĂda Ă s palavras, já bastante forte em Feromona, ganha aqui outro peso – Diego ArmĂ©s dá-lhes a volta, para seduzir ouvintes com cortesia, elegância, charme –, impondo que as convoquemos em algumas ocasiões. Na verdade, num disco acĂşstico (voz, guitarra, piano, violoncelo, percussões, melĂłdica e acordeĂŁo) e moldado sobre formas simples e delicadas, o que sobressai Ă©, sobretudo, o cuidado e a qualidade aplicados nas composições e arranjos.
O álbum abre com “Tanto Faz”, introduzido pelo piano de João Gil (o membro de Diabo na Cruz e You Can’t Win, Charlie Brown também toca guitarra em Feromona), depois acompanhado pelas cordas e voz. Por vezes o timbre de Diego Armés poderá fazer lembrar um pouco Jorge Palma – especialmente nesta música e em “Amor e Violência”, com que fecha o trabalho –, mas estamos perante uma voz e uma poética originais. Em "Tanto Faz" canta, bem a propósito: «Pesco as palavras com uma linha e um anzol / Tem dias bons que as bichas mordem menos mal / E às vezes caço com uma lupa num jornal / Termos que ainda não constavam do meu rol».
Entre os dez temas “oficiais” encontramos mais de meia dĂşzia de gemas preciosas que ficariam bem alinhadas na colecção de alguma senhora endinheirada. Aquelas de que se falou atrás, e outras: reflectidas, por exemplo, no ambiente melodramático criado em “O Fim da HistĂłria”, na “Mitologia Passional” (tensa como uma corda muito esticada e que pode partir a qualquer instante), na anarquia literária da arrepiante “Entre Dentes” ou no desalento sentido em ”A Cadeira”. Mas Ă© melhor que jĂłias deste quilate estejam no domĂnio pĂşblico para brilharem em liberdade e aos ouvidos de todos.
Hugo Rocha PereiraO que Diego canta numa das faixas, intitulada “Canção Sentimental”, permitirá compreender o que está na gĂ©nese da sua estreia a solo: «Tentei ser diferente / NĂŁo fazer canções sentimentais / SĂł letras pujantes / Que abordassem temas capitais / Mas ficava tanto por contar / Das coisas que eu junto devagar (…) / Tentei fazer rock mas sĂł me sai poesia». É tambĂ©m dos temas em que mais se expõe, confessando: «Quebrei regras minhas para criar / Uma canção sobre o que Ă© gostar / Das festas, dos toques, da fusĂŁo dos corpos / Da voz e do odor / Que eu provo em silĂŞncio quando estamos mornos / Depois duma dança de amor». A relevância atribuĂda Ă s palavras, já bastante forte em Feromona, ganha aqui outro peso – Diego ArmĂ©s dá-lhes a volta, para seduzir ouvintes com cortesia, elegância, charme –, impondo que as convoquemos em algumas ocasiões. Na verdade, num disco acĂşstico (voz, guitarra, piano, violoncelo, percussões, melĂłdica e acordeĂŁo) e moldado sobre formas simples e delicadas, o que sobressai Ă©, sobretudo, o cuidado e a qualidade aplicados nas composições e arranjos.
O álbum abre com “Tanto Faz”, introduzido pelo piano de João Gil (o membro de Diabo na Cruz e You Can’t Win, Charlie Brown também toca guitarra em Feromona), depois acompanhado pelas cordas e voz. Por vezes o timbre de Diego Armés poderá fazer lembrar um pouco Jorge Palma – especialmente nesta música e em “Amor e Violência”, com que fecha o trabalho –, mas estamos perante uma voz e uma poética originais. Em "Tanto Faz" canta, bem a propósito: «Pesco as palavras com uma linha e um anzol / Tem dias bons que as bichas mordem menos mal / E às vezes caço com uma lupa num jornal / Termos que ainda não constavam do meu rol».
Entre os dez temas “oficiais” encontramos mais de meia dĂşzia de gemas preciosas que ficariam bem alinhadas na colecção de alguma senhora endinheirada. Aquelas de que se falou atrás, e outras: reflectidas, por exemplo, no ambiente melodramático criado em “O Fim da HistĂłria”, na “Mitologia Passional” (tensa como uma corda muito esticada e que pode partir a qualquer instante), na anarquia literária da arrepiante “Entre Dentes” ou no desalento sentido em ”A Cadeira”. Mas Ă© melhor que jĂłias deste quilate estejam no domĂnio pĂşblico para brilharem em liberdade e aos ouvidos de todos.
hrochapereira@bodyspace.net
RELACIONADO / Diego Armés