Malta de barba rija. Que o diga o Joaquim Albergaria, um dos percussionistas do quarteto pauliteiro com mais tesão de Lisboa, os Paus. Na verdade, não é preciso penetrar bem fundo em É Uma �gua para perceber a pedalada desta gente. Movidos por uma frenética bateria siamesa comandada por Albergaria e Hélio Morais, os Paus não se esgotam neste fabuloso apetrecho sempre digno do olhar dos mais incrédulos. Na verdade, grande parte do segredo deste rock uivado reside nos sintetizadores de Shela e no baixo de Makoto Yagyu, que juntos preenchem perfeitamente o outro prato da balança. Por último, e não menos importante, há que realçar a componente vocal composta maioritariamente de “óóó�s, “nananana� e “áááá�s, mas em que também encontramos pequenos apontamentos realmente falados, ditos e pronunciados.

Este EP de estreia da banda alfacinha não podia ser uma cartada mais bem jogada. Numa altura em que o panorama da música portuguesa parecia estar esgotado nos esqueletos e respectivas “caveiras�, eis que surge um bando de quatro tipos dispostos a mostrar diferentes formas de fazer rock, afastando-se de uma óbvia acefalia que vai minando grande parte do que por cá se vai fazendo. E não, não diremos nomes.

As quatro faixas de É Uma �gua exploram terrenos diferentes, enveredando por registos mais cantados, como em “Pelo Pulso�, mas sobretudo por malhas instrumentais uivantes, em que é evidente o piscar de olho às actuações ao vivo, onde é facilmente dado espaço a improvisações de cortar a respiração.Não será difícil, por isso, perceber que o percurso dos Paus é para seguir de perto. Eles andam por aí, à paulada, a ver se convencem a malta. Dito isto, o EP, além de ser uma água, é uma maravilha. “ÓÓÓ�!