DISCOS
Fennesz Dafeldecker Brandimayr
Till the old world’s blown up and a new one is created
· 12 Mai 2009 · 18:43 ·
Fennesz Dafeldecker Brandimayr
Till the old world’s blown up and a new one is created
2008
Mosz


Sítios oficiais:
- Mosz
Fennesz Dafeldecker Brandimayr
Till the old world’s blown up and a new one is created
2008
Mosz


Sítios oficiais:
- Mosz
O génio de Fennesz contribui pouco num trio meio Supersilent mas não tão Super.
Projecto austríaco que conta com um nome sonante, Fennesz, Till the old world’s blown up and a new one is created é um duplo-álbum que tem tanto de interessante como de entediante. A milhas do que Fennesz já nos habituou, a música parece muito mais fruto dos outros dois, sendo a orquestração “noise” quase posta de lado em troca por sons improvisados. Aliás, os três, na lentidão dos seus processos soam a um colectivo de improvisação à procura de um rumo.

O primeiro disco, totalmente ocupado pela música-título, são 33 minutos exactamente assim. À procura de rumo. Ao mesmo tempo é engraçado ver (ouvir) Fennesz numa jam de silêncios e pequenos crescendos, interrompidos de largos minutos em largos minutos por alguma cacofonia que relemebra, apesar de numa não muito fiel ou inspirada cópia, algumas obras de arte de Sun Ra e a sua orquestra celestial (sobretudo pelo vibrafone de Brandimayr).

O segundo disco, traz-nos 3 músicas bastante mais económicas no formato (4 e qualquer coisa, 3 e qualquer coisa e pouco mais de 5 minutos respectivamente). A primeira surge bastante mais percussiva com Brandimayr mais em cima dos pratos num jogo de tensão pro-jazzístico acompanhando os outros dois num “feeling” muito ambiental. Honestamente algo entediante. O segundo tema é talvez, até porque tem algum drone, o mais fennesziano de todos: “Jets”. O terceiro arrisca até um pós-rock calminho, com a guitarra do bom velho Christian a soltar-se quase “western” mas sempre com a mesma sensação de não direcção.

Para quem procura mais Fennesz neste projecto, “Jets” é a cereja de um bolo não muito apetitoso. Para quem procura simplesmente novos caminhos e/ou tem curiosidade de ver um mago da electrónica actual mundial a brincar um pouco ao jazz contemporâneo (embora também longe de uns Supersilent num álbum inspirado), este Till the old world’s blown up and a new one is created pode representar alguns momentos relaxantes.
Nuno Leal
nunleal@gmail.com

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