DISCOS
31Knots
Worried Well
· 25 Jul 2008 · 08:00 ·
31Knots
Worried Well
2008
Polyvinyl Record Co.


Sítios oficiais:
- 31Knots
- Polyvinyl Record Co.
31Knots
Worried Well
2008
Polyvinyl Record Co.


Sítios oficiais:
- 31Knots
- Polyvinyl Record Co.
Grão a grão enchem os 31Knots o papo. A bela indefinição em disco ou a diversidade ao serviço do homem?
Os 31Knots são amigos do rock matemático e cerebral. Mas com o tempo foram desenvolvendo tácticas, aperfeiçoando estratégias e tornaram-se complexos de uma forma distinta. Mantiveram a energia de sempre mas mostraram mais e melhor conteúdo na construção das canções, mais argumentos na defesa perante os juízes e sobretudo uma digníssima quantidade de originalidade. Worried Well é portanto uma caixa de surpresas, uma constante evolução na matriz do trio, e um disco com alguns momentos de interesse – que resultam sobretudo na fuga a alguns clichés típicos do género.

O título do disco descreve as pessoas que julgam ter uma doença apesar de se encontrarem perfeitamente saudáveis (que isto de ser hipocondríaco é caso sério), e há de facto neste disco uma preocupação (ou obsessão) nem sempre saudável com mutações e evoluções orgânicas. Ao longo do disco, os 31Knots vão-se transformando e vestindo consoante a ocasião. Em “Certificate” deixam-se conduzir por guitarras e vozes dolentes (ou teclas teatrais), em “The Breaks” tentam esconder o quase-funk e quase-ska que reside em cada canção e em “Something Up There This Way Comes” caminham ao encontro do caos muito pouco controlado – e descobrem a redenção.

Não podia ser de outra forma: o valor acrescentado de Worried Well está na sua característica camaleónica. Não se trata de saltar pocinhas de canção em canção como se o mundo acabasse amanhã. Trata-se em partir de um ponto para disparar em todas as direcções. Trata-se de conseguir com “Take Away The Landscape” um momento inesperado de beleza extraterrestre ou a euforia das idades jovens em “Strange Kicks” (com maravilhoso solo incluído). Do inicio ao fim de Worried Well, nunca ninguém sabe muito bem o que por aqui se passa; nem eles se calhar – ou certamente. E a indefinição é sempre uma boa forma de se levar a vida de todos os dias.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net
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