DISCOS
The Coke Dares
Feelin’ Up
· 11 Jul 2008 · 08:00 ·
The Coke Dares
Feelin’ Up
2008
Essay Records / Reibenbach Records
Sítios oficiais:
- The Coke Dares
- Essay Records
Feelin’ Up
2008
Essay Records / Reibenbach Records
Sítios oficiais:
- The Coke Dares
- Essay Records
The Coke Dares
Feelin’ Up
2008
Essay Records / Reibenbach Records
Sítios oficiais:
- The Coke Dares
- Essay Records
Feelin’ Up
2008
Essay Records / Reibenbach Records
Sítios oficiais:
- The Coke Dares
- Essay Records
Membros temporários de Magnolia Electric Co. cumprem horas “extra-ordinárias” ao serviço de um rock que chafurda o nariz no pó e o restante corpo na lama.
Ao que parece, a elaboração da horrĂvel capa que serve de pavoroso rosto a Feelin’ Up terá sido tĂŁo propositadamente apressada como a prĂłpria gravação do disco, que reteve os Coke Dares num estĂşdio durante dois dias sem tempo para mistura ou overdubs (pura miragem). Tudo foi encaminhado como manda a lei DIY: gravador de duas pistas, equipamento analĂłgico e um orgulhoso quero lá saber bem apontado Ă tecnologia de ponta utilizada pelos produtores ultimamente sequestrados por Madonna. A prĂłpria capa desrespeita qualquer bom gosto, mas presta vĂ©nia a uma tradição de aparvalhados retratos de power-trios norte-americanos que bem recentemente incluĂa tambĂ©m a fotografia dianteira de IV dos Fucking Champs. Parece que toda a concepção de Feelin’ Up foi planeada durante um pequeno-almoço em AmesterdĂŁo composto por space cakes e acompanhado por chá de erva.
Sabe-se, mesmo assim, que um disco de grafismo desastroso pode, Ă s vezes, ser reveladora pista de que por perto andará rock perfeitamente Ăştil a todas aquelas circunstâncias em que alguĂ©m desespera por se entregar a prazeres gratuitos que nĂŁo obriguem ao sacrifĂcio de muitos neurĂłnios (ou que os queimem a todos num ápice). Previsivelmente, o segundo longa-duração Feelin’ Up aposta num esfarrapado rock seboso – riffs e solos descaradamente patriĂłticos - em quantidade (33 faixas em 25 minutos!) proporcionalmente inversa Ă sobriedade que o viu nascer. Sendo que os Coke Dares nem sequer sĂŁo um trio que mantenha particular vaidade na falta de capacidade tĂ©cnica, alĂ©m de que o nĂvel que lhes foi exigido nas colaborações com Magnolia Electric Co. (de Jason Molina) e Jens Lekman extingue as hipĂłteses de se apresentarem como banda tĂŁo má que Ă© boa.
A falácia dos Coke Dares passará muito mais pelo descabimento dos temas aleatoriamente convocados atĂ© Feelin’ Up para que as suas faixas nĂŁo sejam apenas instrumentais e desprovidas de um humor demasiadas vezes requentado. Sem tempo para arrecadar fĂ´lego e a um ritmo de “cada bala mata um”, que muito recorda os igualmente despachados Minutemen, os Coke Dares demonstram o mesmo desportivismo no recordar de idas ao Serviço de UrgĂŞncia, ataque a Ăcones imperialistas como Ronald McDonald, vĂ©nias a Neil Young e Ă superior qualidade das suas trips, relatos esquizofrĂ©nicos sobre espantalhos no escritĂłrio. Feelin’ Up Ă© diversificado e safa-se quanto baste na tarefa minimamente esforçada a que se compromete, mas, tal como tantos outros discos em que os tĂtulos das mĂşsicas chegam a ter mais que a graça que o seu prĂłprio conteĂşdo, Ă© tambĂ©m preferĂŞncia condenada a ser rapidamente descartada.
Miguel ArsĂ©nioSabe-se, mesmo assim, que um disco de grafismo desastroso pode, Ă s vezes, ser reveladora pista de que por perto andará rock perfeitamente Ăştil a todas aquelas circunstâncias em que alguĂ©m desespera por se entregar a prazeres gratuitos que nĂŁo obriguem ao sacrifĂcio de muitos neurĂłnios (ou que os queimem a todos num ápice). Previsivelmente, o segundo longa-duração Feelin’ Up aposta num esfarrapado rock seboso – riffs e solos descaradamente patriĂłticos - em quantidade (33 faixas em 25 minutos!) proporcionalmente inversa Ă sobriedade que o viu nascer. Sendo que os Coke Dares nem sequer sĂŁo um trio que mantenha particular vaidade na falta de capacidade tĂ©cnica, alĂ©m de que o nĂvel que lhes foi exigido nas colaborações com Magnolia Electric Co. (de Jason Molina) e Jens Lekman extingue as hipĂłteses de se apresentarem como banda tĂŁo má que Ă© boa.
A falácia dos Coke Dares passará muito mais pelo descabimento dos temas aleatoriamente convocados atĂ© Feelin’ Up para que as suas faixas nĂŁo sejam apenas instrumentais e desprovidas de um humor demasiadas vezes requentado. Sem tempo para arrecadar fĂ´lego e a um ritmo de “cada bala mata um”, que muito recorda os igualmente despachados Minutemen, os Coke Dares demonstram o mesmo desportivismo no recordar de idas ao Serviço de UrgĂŞncia, ataque a Ăcones imperialistas como Ronald McDonald, vĂ©nias a Neil Young e Ă superior qualidade das suas trips, relatos esquizofrĂ©nicos sobre espantalhos no escritĂłrio. Feelin’ Up Ă© diversificado e safa-se quanto baste na tarefa minimamente esforçada a que se compromete, mas, tal como tantos outros discos em que os tĂtulos das mĂşsicas chegam a ter mais que a graça que o seu prĂłprio conteĂşdo, Ă© tambĂ©m preferĂŞncia condenada a ser rapidamente descartada.
migarsenio@yahoo.com
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