DISCOS
Philip Scheffner
a/c
· 24 Nov 2002 · 08:00 ·
Philip Scheffner
a/c
2002
Pong


Sítios oficiais:
- Pong
Philip Scheffner
a/c
2002
Pong


Sítios oficiais:
- Pong
As informações disponíveis à volta de Philip Scheffner não são muitas. É alemão e “a/c” é o seu segundo álbum, depois da estreia em 2001 com “Fong”. As opiniões relativamente a esse disco de estreia foram de alguma forma divergentes. Se havia quem o apontasse como um grande disco, também havia quem o considerasse um álbum medíocre e já muitas vezes feito. “a/c”deve ter semelhante destino.


Este é o segundo disco que a pequena editora alemã Pong edita. O primeiro foi o já falado “Fong” (foi Philip Scheffner em conjunto com Merle Kröger que fundaram a pequena editora Berlinense), e foram feitas apenas 500 cópias deste novo trabalho. A Pong faz parte de um conjunto de novas editoras alemãs que estão a fazer um excelente trabalho em domínios electrónicas. Como esta, também a City Centre Offices, a Ad Noiseam, a Morr Music ou a 2.nd rec se encontram na linha da frente das novas labels alemãs.


”a/c” é um disco viajado. Grande parte das gravações surgiram em viajens a Bombaim entre 1996 e 2001. Foi na Índia, sétimo maior país do mundo e onde os Himalaias se cruzam com climas tropicais, que Philip Scheffner recolheu grande parte dos fragmentos que compõem este disco. Depois em Berlim, cidade que viu nascer nos anos 90 uma nova fornada de músicos liderada pelos Jazzanova que impulsionaram de novo a música na cidade, que viriam a ser feitas as ultimas gravações e a transformação dos muitos sons recolhidos em músicas (?).


Vozes, campainhas, buzinas, ruídos, o som do seu próprio motor, perspectivas interiores ou o som de uma cidade. Aqui tudo serve para formar os temas que minuto a minuto marcam a pulsação do álbum. E do que é que trata o álbum? Dizer que cada tema é uma música não será o mais apropriado. Encaremos, pois, o disco como a recolha de fragmentos e memórias de Philip Schefnner, que se juntam aqui em temas particularmente longos e sem título (pelo menos não encontrei em lado algum referência a eles). E onde é que falha este disco? Falha na exacta medida de se tornar chato e maçador para os ouvidos. É certo que os fragmentos são bem conjugados e interligados, mas isso não impede que a audição do álbum se torne de alguma forma etediante. Talvez conhecendo a história de cada som se compreenda melhor este tipo de música, talvez a encarasse-mos dessa maneira de forma diferente.

A editora apresenta-o como uma viagem para um lugar ficcional onde ninguém pertence a ninguém. Se calhar não anda muito distante disso. Decidam-se por vós, que eu por mim já cheguei a uma conclusão que em pouco me ajuda: estou bastante confuso!
Tiago Gonçalves
tgoncalves@bodyspace.net

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