Nova vinda a Portugal dos Girls Names, desta feita para apresentar Arms Around A Vision, álbum editado este ano e a partir do qual se fez a maior parte da setlist deste concerto no Sabotage, sala que não encheu (o que se compreende, dada a noite, a chuva e a terça-feira) mas que ainda assim se encontrava bem composta. Ao vivo, o quarteto é um portento: uma bateria impecável como se gosta e riffalhada pós-punk a rodos, que entusiasmaram a audiência.
A única coisa que não entusiasmou foi não se perceber patavina daquilo que Cathal Cully, grisalho vocalista da banda, dizia, talvez devido ao sotaque irlandês ou ao facto de estarmos demasiado fascinados a avaliar as parecenças físicas entre ele e o nosso excelentíssimo ex-Primeiro Ministro José Sócrates. Também pouco importou. Dos Girls Names só se esperava aquilo que, em última análise, cumpriram: fazer-nos sentir o rock como se fora a primeira vez.
A festa fez-se com "Desire Oscillations" e "Málaga", a abrir, com a viagem de "Zero Triptych" pelo meio e com "I Was You" a fechar, num concerto que ainda teve direito ao clássico encore e ao sorteio de um bilhete para o Black Bass, em Évora - que, tanto quanto nos apercebemos, ninguém reclamou. Tal como ninguém há de reclamar do magnífico concerto oferecido pela banda de Belfast. Nada disto é original; mas poucas coisas há com tanta vitalidade.
Paulo Cecílio pauloandrececilio@gmail.com 02/11/2015