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RED Trio & Per Gärdin
Galeria ZDB, Lisboa
28-/09/2013


O RED Trio já se notabilizou pelas colaborações que tem encetado. Apesar de ter arrancado como simples trio, a história do grupo tem passado sobretudo pelas parcerias que tem estabelecido com outros músicos. O saxofonista John Butcher e o trompetista Nate Wooley foram os casos mais notáveis destas colaborações, tendo o grupo lisboeta actuado ao vivo e gravado com estes músicos - Empire com o primeiro; Stem com o segundo.

© Vera Marmelo

O trio acaba de lançar o seu quarto álbum - Rebento, uma edição da lituana No Business Records - em que regressa à sua essência de trio, sem convidados. Contudo, para celebrar esse lançamento, o trio não resistiu a encetar uma nova colaboração. Desta vez o parceiro foi o saxofonista sueco Per Gärdin, com quem aspiraram formar, ainda que temporariamente, um quarteto – apresentaram-se ao vivo em Coimbra (Salão Brazil, na noite anterior) e agora na Zé dos Bois.

© Vera Marmelo

Do contrabaixo de Hernâni Faustino, da bateria de Gabriel Ferrandini e do piano (vertical) de Rodrigo Pinheiro nasceu uma música improvisada a fluir naturalidade. O trio evidenciou desde logo as características que marcam a sua música: democracia, equilíbrio, originalidade. O saxofonista Gärdin conseguiu integrar-se rapidamente na dinâmica do grupo e foi facilmente envolvido no espírito colectivo.

© Vera Marmelo

Partindo não só da sonoridade típica de cada instrumento, mas também de técnicas extensivas, a música do trio evoluiu rapidamente para crescendos enérgicos, com os quatro instrumentos a atingirem depressa níveis de saturação. Apesar de habitualmente o grupo explorar texturas e detalhes mais subtis e contidos, desta vez o grupo optou por seguir uma contínua exploração enérgica, sempre com alta intensidade.

© Vera Marmelo

No saxofone (primeiro soprano, depois alto) o sueco Per Gärdin foi acompanhando as sugestões lançadas por cada um dos instrumentos, contribuindo para a massa sonora espessa. Os quatro músicos optaram por continuar a estratégia ao longo de toda a actuação, que acabou por se revelar muito coerente, numa permanente tensão vigorosa.

Nuno Catarino
nunocatarino@gmail.com
29/09/2013