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Optimus Primavera Sound
Parque da Cidade/Casa da Música, Porto.
07-10/06/2012


O Porto esperou toda a vida por um grande festival de música. E em 2012, ano de todas as depressões e tensões, saiu-lhe a sorte grande. O Primavera Sound, a maior montra europeia da música, vá lá, independente, saiu pela primeira vez de terras catalãs e aterrou no Parque da Cidade da invicta durante três dias num cenário verdadeiramente idílico para um festival deste género. Ao chegar ao recinto desenhado por João Paulo Feliciano, não era muito difícil perceber que este é de facto um festival diferente; é um festivalbig com condições excepcionais a todos os níveis (ou quase todos, já lá vamos). E nem vale a pena tecer comentários ao cabaz de bandas preparado para a estreia do Primavera no Porto, um dos melhores que este país viu até hoje. A ansiedade perante esta estreia era, por isso, plenamente justificada.

O primeiro dia apresentou-se como um aperitivo (apenas dois dos quatro palcos do festival estiveram em funcionamento). Depois da inauguração sonora da Stopestra!, um ensemble de músicos formado por habitantes do Centro Comercial Stop, o espanhol que responde pelo nome de Bigott, de seu nome Borja Laudo, aqueceu ligeiramente as hostes com canções tingidas de folk mas foi mais eficaz com a viciante “Canibal dinner” (a canção mais pulsante que se ouviu durante o concerto) do que em qualquer outro momento. Talvez não seja má ideia seguir o caminho que esta canção aponta. Logo ali ao lado, Bradford Cox, sozinho num palco gigante, mostrou como as canções de Atlas Sound podem agigantar-se num final de tarde à beira-mar com a ajuda de uma guitarra, uma voz e uns quantos pedais propulsores. Apesar de não ter sido sempre convincente na sua solidão, Bradford Cox mostrou a utilidade de um disco como Parallax em tempos como estes. Até deu para sonhar acordado com “Mona Lisa”.


De repente a chuva ameaçou e concretizou com força furiosa. Felizmente não durante muito tempo. Em palco já estava Yann Tiersen, apostado em mostrar que não é apenas o autor da banda-sonora de Le fabuleux destin d´Amélie Poulain. E conseguiu. Com alguns momentos interessantes, sobretudo no despique com o violino, o músico francês criou paisagens de inegável beleza e deixou no ar a sensação de diversidade que é apanágio do Primavera Sound. Saltando novamente para o palco do lado, os Drums fizeram aquilo que sabem fazer e apresentaram canções com pouca ou nenhuma substância, mostrando que “Let’s Go Surfing” é realmente uma excepção à regra e que, apesar de dar para bater o pé, é rastilho de uma explosão que nunca chega. Sem brilho nem matéria-prima para convencer, deram o concerto mais desinteressante da primeira noite do festival e confirmaram o estatuto de banda passageira. E parece que nem o seu próprio público conseguiram convencer. André Gomes


Quem disse que o Primavera era um festival “alternativo” sem lugar para estrelas pop, claramente não pensou que Brett Anderson estaria presente a liderar os seus Suede. Anderson domina o palco e todos os truques do ofício de modo semelhante ao que víramos Perry Farrell fazer com os Jane’s Addiction em Algés. Com um alinhamento greatest hits (e tantos que eles têm), mas sem nunca parecer que estavam a fazer um frete, os Suede deram um concerto soberbo, com Anderson a mostrar que não esqueceu como se rodopia um microfone, além de descer várias vezes junto do público e pedir coros em músicas como “Everything Will Flow” ou “The Wild Ones”.


Os Mercury Rev já conheceram dias muito melhores em termos criativos. E isso foi notório no arranque do concerto que deram no palco Primavera. Se é verdade que Jonathan Donahue continua a executar os passes de mágica de há 10-12 anos atrás, e a ter uma voz de sereia interplanetária, também o é o facto de parecer faltar alguma daquela leveza transcendental. Aquela que transportava a Americana cósmica-psicadélica dos Mercury Rev por montanhas-russas marcianas. Não foi, no entanto, um mau concerto. Diga-se até que foi crescendo de qualidade até deixar um sorriso de reencontro com velhos amigos, graças a coisas tão imortais como “Tides Of The Moon” ou “The Dark Is Rising”. Nuno Proença

A fechar uma noite em que se sentiu falta dos Explosions in the Sky, os Rapture conseguiram aquilo que o seu último disco provou. Que estão aí para as curvas e que o seu som, transformado em algo novo com In the grace of your love, é perfeitamente actual em 2012. Um pouco por culpa desta nova dimensão dos Rapture, o concerto teve duas faces: a que conhecemos aos Rapture dos primeiros tempos, absurdamente directa e dançável, e uma outra mais recente que, embora seja igualmente celebrável, se deixa inundar pelo gospel e pela soul. A verdade é que a mistura dos dois mundos funciona – e de que maneira - e isso permitiu aos Rapture a hipótese de mostrar que são muito mais do que aquela banda de “House of Jealous Lovers”. No final do primeiro dia do Primavera Sound, celebrar a nova vida de Luke Jenner e companhia foi todo um prazer. André GomesOs Linda Martini fazem todo o sentido no Primavera, uma vez que são, claramente, a banda “rockeira” portuguesa que mais diz ao público-alvo do Festival. E diga-se que não deixaram os créditos por mãos alheias, dando um excelente concerto, pleno de euforia. Apostando num formato em palco que coloca os quatro membros ao mesmo nível uns dos outros, os Linda Martini atacaram os seus riffs e ritmos quais pilotos de Fórmula 1 determinados a chegar em primeiro a cada curva, por mais apertada que seja. Comunicativos, com o baterista Hélio Morais a fazer mesmo um crowd-surfing até à mesa de som, são hoje um colectivo que convida ao arregalar de olhos e ao grito estomacal. Mesmo que, pronto, as letras continuem a ser o seu ponto mais fraco. Nuno Proença

O palco ATP abriu e bem com as canções sossegadas e circunscritas dos Tall Firs. Do pouco que deu para ver, as canções de Dave Mies e Aaron Mullan, que lembraram não raras vezes os Sonic Youth (o primeiro disco da dupla teve o selo da Ecstatic Peace! de Thurston Moore), inauguraram o palco mais ousado (e mais bonito, já agora) do festival com chave de ouro. Pouco depois, no Palco Primavera, os Yo La Tengo, entre canções fofinhas e outras mais ruidosas, mostraram porque é que são um dos bastiões do indie rock após quase trinta anos de actividade. Passearam-se por vários discos com distinção e ainda se lembraram de “Little Eyes” que terá alegrado uns quantos corações indie. Uma hora soube a pouco, mas antes uma hora que nada. Ainda não deu para esquecer aqueles dez minutos de circularidade noise ou o final doce de “My Little Corner of the World”.

Na habitual correria dos festivais em que é preciso fazer escolhas, deu para ouvir três ou quatro canções macias de Tennis que não deixaram grande memória; deu para, durante uns vinte ou trinta minutos, ver e ouvir Rufus Wainwright apresentar o seu novo disco e, entre canções mais ou menos interessantes, mostrar uma interpretação inspirada de “Art Teacher”; e ainda deu para ver um naco do concerto de Chairlift, que deixaram bons apontamentos em canções como “Amanaemonesia” e noutras cantigas de sugestão assumidamente retro. André Gomes

Um cliché que se usa muito, e quem escreve isto não é inocente, é dizer de uma banda que demonstram “tudo o que a música pode ser”. Não é verdade. Nenhuma banda o faz, e é essa uma das razões porque a música é algo de valor incalculável. Se Wayne Coyne e os Flaming Lips são o lado de comunhão de mil e uma cores, Steve Albini e os Shellac são o exemplo claro de algo que Jerry Seinfeld dizia: os homens, e aqui as mulheres também, adoram ver outros homens a executarem trabalhos manuais. Os Shellac não estão para conversas, mas sabem exactamente o que fazer para que a sua música de riffs ásperos e ritmos tipo estalo na cara, não passe despercebida. E ao fim de pouco mais de uma hora, e após Albini e Bob Weston terem roubado a bateria de Todd Trainer peça a peça, estamos rendidos áquele suor que parece pingar ferro líquido em vez de líquidos humanos. Nuno Proença

Ao mesmo tempo que os Shellac estilhaçavam o rock em pedacinhos pequenos, Neon Indian acendia rastilho de festa com aquela electrónica vestida de chillwave – com mais pinta que essência. Mas o melhor nesse palco ainda estava para vir. Quatro disco depois, os Beach House não falham. Victoria Legrand e Alex Scally fazem canções tecnicamente perfeitas e ao vivo ganham uma nova dimensão: o de um encantamento que nasce da confirmação que tudo aquilo é real e está ali a abrir-se perante todos. Pode ser muito diferente ver aquelas canções numa pequena sala como noutros tempos, mas é igualmente satisfatório saborear a confirmação dos Beach House como fazedores de sonhos de um público cada vez mais crescente. E porque nesta vida é preciso fazer escolhas, já só deu para ouvir os Walkmen e a brilhante “In the New Year” e desejar por simpatia que o resto tenha sido tão bom como a referida canção.

Por falar em escolhas, e embora os M83 tenham tido quinze minutos de bom arranque naquela sempre apetecível avenida dos oitentas, era impossível virar as costas ao palco ATP às 2:30. E o que havia lá. Simplesmente a melhor banda de rock ‘n’ roll – assim sem mais merdas, sem mais rodeios – que anda por aí. Os The Oh Sees fizeram no Primavera Sound aquilo que fazem sempre: dão uma lição de rock sem espinhas, regada e bem pela loucura de John Dwyer, o Conan O'Brien das guitarras. Canção após canção, os The Oh Sees fazem o possível e impossível para provar que essa coisa do rock ‘n’ roll está vivo e bem vivo. Pelo caminho, torna-se impraticável resistir a todos aqueles riffs incendiários, a toda aquela impetuosidade, a toda aquela combustão. Está claro: canções como “The Dream” são demasiado perigosas para andarem à solta. Mas ainda bem que andam. Em pouco mais de uma hora, os The Oh Sees fizeram esquecer toda a concorrência e assinaram um concerto memorável – a espaços demente de tão bom que foi. Adormecer com o zumbido rock dos The Oh Sees foi motivo de satisfação. André Gomes“Com ou sem chuva, vamos divertir-nos”, disse Jerry The Cat ao iniciar o concerto dos Gala Drop no Domingo. Claro que nunca seria possível fazer uma grande festarola com aquele tempo, e inclusivé os Gala Drop não são propriamente um Manu Chao ou uns Buraka Som Sistema. Não deixam, ainda assim, de ser um óptimo convite à dança, graças a uma música que explora sabiamente os espaços por onde colocar o ritmo, quer seja mais krautrock/motorika, psicadélica ou de paladar tropical. Não há aqui qualquer ímpeto mais pós-rockeiro ou IDMico. Se há um ponto cinético a atingir, é para lá que se segue de imediato. Desejamos-lhe melhor sorte com o tempo nas próximas edições, porque cheira-nos que vão voltar. Nuno Proença

Com a chuva que atingiu em força o Parque da cidade no terceiro dia de festival (daquela forma que só o Porto sabe chover), a Palco Club tornou-se especialmente desejado. Foi lá que deu para bater o pé com o rock ‘n’ roll dos espanhóis Mujeres apesar de ainda viajar pela memória a intensidade dos The Oh Sees na noite anterior. Pode parecer estranho, mas foi apenas simpático passar meia hora a ver mujeres. Também foi na Tenda Palco que foi apenas simpático ver Veronica Falls não cair mas também não sair do sítio. O rock destes britânicos é demasiado certinho e formatado para deixar memórias muito profundas.

Debaixo de uma chuva insistente, os Spiritualized subiram a palco e com “Hey Jane” quiseram dizer a todos que aquilo que fazem é demasiado intenso para desaparecer com o tempo. Com disco novo, os Spiritualized foram aquilo que sempre são: veículo prioritário para testemunhar o doce encontro do rock espacial com a soul e o gospel – “vocês sabem do que eu estou a falar”. Jason Pierce não engana. Dadas as circunstâncias, dá vontade de rir quando se ouvem os primeiros acordes de “Lord Let It Rain On Me” mas o que vem a seguir é demasiado sério para brincadeiras. O único problema é a duração da coisa: é verdade que Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space, e etc., mas passada uma hora a viagem acabou e deu vontade de pedir o livro de reclamações. Mesmo com “Come Together” já no bucho.

O caos foi-se instalando com a ajuda da chuva. A luta pelos impermeáveis tornou-se feia, os Death Cab For Cutie cancelaram o concerto (ainda não se percebeu totalmente porquê), James Ferraro desapareceu em combate. Quando a chuva parou, os I Break Horses convenceram bastante povo a arriscar nova molha com canções como, ironia das ironias, “Winter Beats”. O que deu para ver deixou na boca apetite para mais. E por falar em apetite, sobretudo perante a excitante mixtape House of Balloons, tornava-se irresistível ver como seria The Weeknd ao vivo e como é que Abel Tesfaye se safava a gerir as duas mixtapes menores que se seguiram à estreia. E a verdade é que não se safou nada mal. É certo que o alinhamento não teve nada tão entusiasmante como “High for this”, “House of Balloons / Glass Table Girls” ou “The Morning” (colheita House of Balloons), mas o todo teve a intensidade certa e uma banda que deixou-nos cair em tentações mas livrou-nos do mal (desculpem qualquer coisinha) que deu para adivinhar Youtube fora. Apesar de todos os receios, a estreia de The Weeknd merece nota acima da média. Às vezes deu vontade que as batidas tivessem a força que se ouve em disco (algo que nem sempre conseguido pelo banda que acompanhou Abel Tesfaye), mas deu para bater.

E agora algo completamente diferente. Enquanto os Kings of Convenience abriam o seu simpático cancioneiro para muito milhares de simpatizantes, os Dirty Three confirmavam o Palco ATP como o mais arrojado e desafiante dos palcos. Warren Ellis, Mick Turner e Jim White surpreenderam a todos os níveis. Não que não se soubesse que construíram uma carreira de belíssimos discos (o último, Toward the Low Sun, não é excepção). O que não se sabia é que um concerto do trio australiano pudesse ser tão intenso, tão ruidoso, tão memorável. Warren Ellis é um espectáculo dentro do espectáculo: salta e levanta a perna no ar, conta histórias mirabolantes, deixa-te no palco. Não deu para perder um segundo daquela hora; nem para atender a necessidades biológicas prementes. Arredar pé daquele palco seria deitar fora segundos preciosos de alguma melhor música que se fez no Parque da Cidade durante aqueles três dias. Quem sabe nunca esquece, e quem viu os Dirty Three naquela noite dificilmente esquecerá.

Ouvir o concerto de Forest Swords no mesmo Palco ATP não foi tarefa fácil, muito por culpa da batida dançante dos Saint Étienne que vinha do Palco Primavera. E está aqui uma das arestas a limar na próxima edição: os palcos estão demasiado próximos e por vezes, quando o peso sonoro é demasiadamente desnivelado, isso torna-se evidente. Diz que até os Kings of Convenience se queixaram disso ao vivo e em directo. Apesar disso, os Forest Swords, um dos maiores OVNIs do Primavera Sound, confirmaram o estatuto de surpresa e assinaram um concerto interessante na gestão de uma massa sonora algo inclassificável mas sedutora. Imaginem um sítio onde se encontram batidas, drones de perder a vista, guitarras lânguidas e vozes mergulhadas em delay. É cerebral sem ser aborrecido, e expansivo sem ser dançável. É música estranha e apetecível. É um enigma a ser confirmado em episódios futuros.

Eram já perto das 2 da manhã quando os “favoritos” The XX subiram ao Palco Optimus para euforia generalizada do público que os escolheu para fechar a noite. Do que deu para ver, foi possível confirmar a pouca profundidade camuflada de minimalismo das canções dos britânicos: soa tudo muito bem, é tudo muito atraente, mas também incipiente, aborrecido e qualquer tipo de chama. Pelo menos até ao primeiro disco. Quem também tinha disco de estreia para apresentar no Primavera era John Talabot, um músico residente em Barcelona que tem em ƒin um dos melhores discos lançados em 2012. Ao início do concerto (Talabot apresentou-se em formato live com Pional) o Palco Club tinha apenas umas dezenas de pessoas: mas depois aquela música extremamente física e sensorial foi ganhando o seu espaço e o público foi chegando trazido pelas batidas esclarecidas e pelas ambiências exuberantes.

É certo que, à semelhança do que acontece no seu disco de estreia, foi com “So will be now” que a actuação de John Talabot atingiu o pico de satisfação, mas tudo o que se ouviu durante aquela hora confirmou a elegância e o apuramento estético de ƒin. Perante toda aquela música negra e densa, o público que escolheu ver John Talabot respondeu da única forma possível: com sorrisos intermitentemente escondidos pelas luzes e com a celebração que ƒin exige. No fim, ficou no ar aquela sensação inevitável de prazer “queimado”, de luxúria, de êxtase gasto. Tal como na primeira e na segunda noite, o Primavera Sound soube fechar em nota alta. Fechar como quem diz, uma vez que DJ britânico Erol Alkan deu música até ao nascer do dia. André GomesNo quarto e último dia, o Primavera Sound saiu do Parque da Cidade e entrou no Hard Club e na Casa da Música. No sábado, no meio de um verdadeiro dilúvio, foram centenas as pessoas que fizeram fila para conseguir um lugar nos concertos apontados para a “casa de todas as músicas”. O que suscita a pergunta: não teria sido melhor manter o festival no Parque da Cidade durante mais de um dia, permitindo assim o acesso a todos os portadores de passe geral? E já que estamos numa de sugestões, não será possível aumentar a quantidade e qualidade da oferta na zona de restauração?

Mas a música. A música num fim-de-semana em que os defeitos foram poucos e facilmente ultrapassáveis. Na noite de domingo o programa da Casa da Música era irrecusável. E de luxo. Para começar, os Olivia Tremor Control - sim, aquela banda estranha de Music from the Unrealized Film Script, Dusk at Cubist Castle - deram um excelente concerto em que coube tudo (não fosse a variedade apanágio da banda): bizarrias pop, explorações com tonalidades orientais, Beach Boys, psicadelismos vários e uma lição de indie rock. Apesar de terem estado inactivos entre 2000 e 2009, mostraram que quem sabe nunca esquece. Agora vinha mesmo a calhar era um disco novo para juntar a uma discografia essencial.

Mas a cereja em cima do bolo ainda estava para vir: ver Jeff Mangum percorrer as excentricidades dos Neutral Milk Hotel com a ajuda de três guitarras e aquela voz que o tempo soube guardar foi um bálsamo para todos os sentidos conhecidos pela humanidade. Canções como “In The Aeroplane Over The Sea”, “Ghost” ou “Two Headed Boy”, para dizer apenas algumas, lembraram a grandeza de um disco como “In the Aeroplane Over the Sea” e a importância dos Neutral Milk Hotel para a música feita nos anos 90. Foi comovente e foi bonito celebrar a estranheza. Correndo o risco de soar repetitivo, foi mais uma belíssima forma de fechar mais um dia da estreia memorável do Primavera Sound no Porto. O último. Felizmente é só um “até já”. Em 2013 há mais Primavera na cidade do Porto.