Movido pela admiração ao trabalho de Brian Eno, há alguns anos atrás, o colectivo nova-iorquino, Bang on a Can, criado em 1987 pelos compositores Michael Gordon, David Lang e Julia Wolfe e ligado por cordão umbilical ao festival com o mesmo nome, tratou de transpor Ambient 1 – Music for Airports para ser tocado ao vivo por uma orquestra; compôs arranjos para que isso fosse possÃvel. O resultado foi uma digressão e um disco lançado em 1997 pela Point Music. O trabalho dos nova-iorquinos levou a que o próprio Brian Eno afirmasse que Ambient 1 – Music for Airports tinha crescido e se tinha tornado num ser completo – apesar das vozes que acham que a intervenção dos Bang on a Can vai contra a própria ideia da música ambiental.
A representação dos Bang on a Can da obra fundamental de Brian Eno nunca se limitou a imitações; antes, partiu dela para, como disse e reconheceu Brian Eno, lhe dar uma outra vida, uma outra dimensão, distinta mas não necessariamente contraditória. Mais do que no encore (que não impressionou especialmente), a primeira parte de interpretação de Ambient 1 – Music for Airports teve momentos verdadeiramente sublimes.