As dez melhores canções de sempre neste preciso momento #23 - Rui Maia | X-Wife
· 07 Jun 2010 · 19:09 ·

Membro dos X-Wife e autor de um dos discos do louvável conjunto de edições com selo da Optimus Discos (com direcção superior de Henrique Amaro), Rui Maia, DJ activo nos bares mais distintos da cidade do Porto, era um apetecível convidado para a nobre tarefa de escolher as 10 melhores canções de sempre neste preciso momento, um verdadeiro clássico do Bodyspace (e um favorito das famílias). Embora marcada essencialmente pela actualidade, a escolha de Rui Maia não esquece clássicos de outros tempos, enquanto constrói um set com altos e baixos (de ritmo, entenda-se), mudanças de humor e, sobretudo, um grande ecletismo. Vale quase a pena contrariar a sabedoria dos dizeres: se faz favor, tentem isto em casa.

1. "I Can Change", LCD Soundsystem: Tenho acompanhado a carreira do James Murphy desde o primeiro 12". Para mim tudo o que ele faz é absolutamente brilhante, é o meu produtor de referência. Este "I Can Change" do novo This is Happening, anda entre o synthpop e o usual DFA sound.

2. "Farewell To Wendo ", Mock & Toof: Ouvi a primeira vez os Mock & Toof no programa 'caixa de ritmos' (antena 3). Esta nova faixa "Farewell To Wendo" faz parte do próximo trabalho dos Mock & Toof e além do videoclip ser realizado pelo Trevor Jackson, conta com a Pollyester nas vozes. Estou em contacto com ela para fazermos um tema em conjunto para o meu projecto Mirror People.

3. "Tishbite", Cocteau Twins: Por incrível que pareça só comecei a ouvir os Cocteau Twins "a sério" em Novembro passado. Tenho andado a descobrir álbum a álbum. Acho-os mesmo únicos e criativos. A Elizabeth Fraser tem uma voz vinda do paraíso e descrevo o 'muro' de guitarras elaboradas com o refrão da "Tishbite", "Is it like a dream, how does it, Seem very untrue".

4. "Tropical Disease", Air: Os Air assim como os Stereolab foram as bandas que me levaram a ter interesse por sintetizadores. Este "Tropical Disease" faz parte do último trabalho Love 2 do duo francês. É um excelente disco, mais aproximado da obra prima Moon Safari. Estranhamente não foi muito falado na imprensa.

5. "Odessa ", Caribou: Conheci os Caribou pela quantidade de posts que vi no Facebook. Este single "Odessa" retirado do mais recente Swin. Todo o disco é excelente. Adoro ouvi-lo ao final da tarde acompanhado com limonada de preferência.

6. "Me and Jane Doe", Charlotte Gainsbourg: Gostei do primeiro disco da Charlotte Gainsbourg, com músicas escritas pelos Divine Comedy, Air entre outros. Para mim este segundo é ainda melhor. Foi escrito em parceria com o cada vez mais respeitado Beck. Adoro a letra desta "Me and Jane Doe". A descrição dos diferentes locais é perfeita, "the desert to the sea", "Stand on the old plateau", "Down in the Rio Del Sol", "Down in the city so cold". Muito bom.

7. "Now I'm a Fool ", Eagles of Death Metal: O concerto dos Eagles of Death Metal no Festival Paredes de Coura, foi dos mais divertidos que já vi. O frontman da banda Jesse Hughes é genial. Adoro o sentido de humor dele. Este "Now I'm a Fool" faz parte do mais recente Heart On e é daquelas músicas de "meio do álbum". Daquelas que vai crescendo, que sem querer é sempre a escolhida a ser ouvida e torna-se a tua preferida do disco.

8. "Covered in Bugs ", Glass Candy: O evento mais cool este ano na cidade do Porto, foi a noite da Italians do It Better no Plano B. Glass Candy, Desire (ao vivo), Mike Simonetti (DJ). Ok, também toquei como DJ nesta noite, mas não vamos falar disso. Conheci os Glass Candy em 2004, não sei muito bem onde. Numa ida a Nova Iorque comprei o 12" IKO. Adoro tudo deles. Até a fase inicial mais virada para o Hardcore. Este "Covered in Bugs" é do novo EP Feeling Without Touching. A letra é incrível: "I can't relax because i'm covered in bugs".

9. "Slowly Goes The Night ", Nick Cave & The Bad Seeds: Sou fã do Nick Cave desde sempre. Desde que me lembro de existir. Já sonhei algumas vezes que estava a falar com ele. Este "Slowly Goes The Night" faz parte do clássico Tender Prey. Foi um álbum que descriminei durante anos, tendo preferência pelo Henry's Dream, The First Born is Dead e Let Love In. Actualmente é o meu disco preferido dele. Acho que o Nick é das pessoas que consegue por mais emoção no que canta. Esta música é espelho disso.

10. "Chase The Tear", Portishead: Este single dos Portishead apareceu assim de repente. Não soa ao que estamos habituados. Ok, pela voz dá para "ver" que é Portishead, mas o instrumental está mesmo diferente do que costumam fazer. Adoro a sequenciação sintetizada durante a música inteira. O vídeo também é muito simples e eficaz. Adoro o último disco deles, esta música devia ter feito parte.

André Gomes
andregomes@bodyspace.net

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