Milh繭es de Festa
Barcelos
21-24 Jul 2016
23 Julho

O segundo dia de piscina abriu com a actuação da dupla Filho da Mãe & Ricardo Martins. Em vez do habitual dedilhar da acústica, vimos Rui Carvalho na guitarra eléctrica em confronto com a bateria de Martins. A estes juntou-se em palco Óscar “Jibóia”, na manipulação electrónica. Foi um concerto breve, enérgico, mas menos mágico do que as prestações acústicas que já ouvimos de Filho da Mãe em versão desligada da corrente. Seguiram-se os Big Naturals, com um rock pesado pouco memorável. Já os We Are Match mostraram um indie pop/electrónico apetitoso, uma das propostas mais interessantes da tarde. O segundo dia de piscina fecharia com o dub de Adrian Sherwood.

O palco Taina abriu com Marvel Lima (não deu para ver). Já os Quelle Dead Gazelle explanaram o seu diálogo efervescente de guitarra e bateria, rock fresquinho. Ainda no Taina, os Riding Pânico exibiram o seu rock ancorado em guitarras, baixo, teclas e bateria. São frequentadores regulares do festival e certamente estavam confortáveis no Taina com aquele ambiente de familiaridade, mas o fulgor da sua música mereceria um palco maior, um horário mais tardio e mais público (aquele que assistiu ficou definitivamente conquistado, se ainda houvesse dúvidas).

O palco Milhões abriu com os Sun Araw, numa actuação que sofreu com problemas técnicos. Numa versão em trio, o projecto de Cameron Stallones que nos conquistou com discos como “Sun Ark” e “On Patrol”, levou ao palco em Barcelos a sua combinação de experimentação desbragada e eficiência pop. A música não soava mal, mas a actuação apresentou pouca energia. No palco Lovers Domenique Dumont mostrou a sua electrónica, com sabor de “french touch”, que meteu o público a dançar descontraidamente. Seguia-se no palco principal a actuação dos The Heads, grupo liderado por Paul Allen, no activo desde 1990. No palco Milhões os ingleses explanaram o seu rock psicadélico pesado, sempre em alta intensidade. Confirmando o motivo de serem nomes grandes do cartaz, cumpriram o seu papel com todo o profissionalismo. De Londres veio GAIKA, que recentemente fez capa da revista Wire e apresentou em Barcelos a sua electrónica urbana, misto de beats “dark” e vocalização vigorosa. Mas a verdadeira festa só chegou quando subiram ao palco Milhões com os brasileiros Bixiga 70. O ensemble veio de São Paulo à “terrinha” para espalhar muito “groove” e fez o público dançar com a potência daqueles sopros. Já não conseguimos assistir às actuações de Islam Chipsy & EEK e Discos Extendes, mas ouvimos relatos maravilhados da actuação de Chipsy. Nuno Catarino
· 03 Ago 2016 · 00:58 ·