Corin Dingley e Andy Jenks são dois tipos dados a uma certa hiper actividade que rendeu aos Alpha uma série de discos nos últimos tempos. Além de fazerem música o duo também se envolve regularmente na produção de discos de outros artistas. O dia em que os Massive Attack descobriram em Corin Dingley e Andy Jenks um valor a apostar deu aos Alpha legitimidade suficiente para lançar um par de bons discos, entre outros trabalhos. Agora os Alpha reuniram esforços para lançar uma espécie de disco de remixes, colaborações e de versões, recheado com alguns novos temas.
Without Some Help Ă© ao mesmo tempo um discos das atmosferas habituais dos Alpha mas tambĂ©m um disco de vozes. Da voz de Chris Martin dos Coldplay no momento em que os Alpha dĂŁo nova roupagem ao famosĂssimo “Yellow” (com resultados satisfatĂłrios tendo em conta a dosagem exagerada do tema original), a voz inconfundĂvel de Horace Andy em “Two Fazed People” e em “Make My Day”, tema com atitude suficiente para enfrentar o pior dos dias. A voz de Jarvis Cocker na cintilante “This is where I came in” ou a da habituĂ©e Wendy Stubbs na interpretação da eterna “Song to the Siren” de Tim Buckley – que apesar da atracção das suas paisagens fica bastante longe do original na emotividade. Mas e daĂ, será possĂvel ou desejável que isso aconteça?
Prometia ser um dos momentos mais altos de Without Some Help, mas o remix de “Inertia Creeps” não consegue igualar as expectativas. Ao ganhar novas paisagens menos sinistras diluiu-se de certa forma a intenção. A visão dos Alpha para “Wot Da Fuk", um tema original de Receiver, é o responsável por inaugurar este disco que é uma compilação que é um disco de remixes e acaba por se revelar como um dos melhores momentos – ao lado de “Make My Day”. O pára-arranca melódico atrai imediatamente mesmo aqueles mais desprevenidos. “The Way You Are”, com The Heavy, é outro fell-good moment, desta vez alimentado a soul e a sol. No final, ver os Alpha assinarem temas ao lado de outros nomes já referidos parece aqui perfeitamente normal. Quantas vidas tem afinal uma canção?