Parece que foi um rato difÃcil de parir – mas chegou a tempo do aniversário da Merzbau. Gravado ao longo de duas tardes numa casa abandonada, este EP sem titulo é a continuação do ziguezaguear discográfico dos Lemur – primeiro foi um CD-R, depois um tema na compilação Can Take You Anywhere You Want com o selo Bor Land e outro na compilação Animal Repetitivo - Música do Out.Fest 2005 - que neste lançamento voltam a mostrar como são as guitarras que os conduzem.
Em quatro temas mais ou menos curtos – só o último passa a barreira dos seis minutos. Vasco Furtado (bateria), João Brandão (guitarra, baixo), João Marques (baixo, guitarra), Pedro Rodrigues (violoncelo, teclas). Aqui, os Lemur, se param é para respirar, se avançam é para ficar sem fôlego. Confrontos duros entre guitarras sujas e nervosas e percussão irrequieta – o baixo vai buscar sabe-se lá onde a coragem de se meter pelo meio. Adicionam por vezes teclados freaks à mistura (“Tarrafalâ€) e até mesmo violoncelo no final de “Cell's Cleavage†e em “Escape From Malamutâ€. Não renegam a distorção, nem algumas influências.
A matéria-prima é boa, as intenções igualmente. Faltará aos Lemur o passo em frente, ou seja, um registo mais longo – estes poucos mais de 17 minutos parecem curtos – onde se possa ver tudo aquilo que lhes vai na cabeça.