Numa palavra: economia. Roman Flügel, nesta sua morada criativa, não toca uma nota a mais, não deixa deslizar o dedo para soltar só mais um beat. É tudo na medida certa. Este disco é como um bloco de notas sobre o deve e haver da house, rabiscado nas franjas de um techno cerebral que não cancela os sentidos. Longe da demência do clube xunga que debita som por atacado, Soylent Green cedo se desembaraça da narcose futurista. À terceira faixa, “Cold Showersâ€, percebemos que o que gosta mesmo é de brincar aos clássicos. Nada contra – ou não fosse o tipo um apreciador da série B (Soylent Green é um thriller de ficção cientÃfica do inÃcio dos 70). Por aqui, nada aparece manietado. Não se adivinha aqui a secreta vontade de tresandar a pista de dança. Daqui resulta uma dieta electrónica, com programações crepitantes e teclas pinceladas em vez de marteladas.