Midge Ure tenta regressar à corrente pop em 1996 com este álbum, com o objectivo de conquistar um mercado que a meu ver não lhe pertence. O single Breathe é disso prova mais do que suficiente. Comercial demais, facilmente foi esquecido.
Habituado a estar nos tão falados tops musicais por pertencer à banda Ultravox, perdeu-se um pouco ao tentar conquistar sozinho um lugar que não era o seu, fazendo com que este álbum se tornasse num insucesso tal que o fez deambular pelos caminhos da música sem o resultado esperado.
Ure mostra-nos que é possÃvel falar de coisas tristes com alguma energia e até “alegriaâ€... basta que nos distanciemos o suficiente e que encaremos o futuro com algum optimismo e esperança, palavra esta que se adequa bastante à s letras de Midge Ure, que não deixa de nos dar a conhecer um pouco da história da sua terra. Como irlandês, histórias, emoções e momentos marcantes não faltam, mas sem dúvida que aquele tão esperado som dos celtas que se ansiava encontrar num álbum destes se perde um pouco em temas como “breatheâ€, que até nos aparece na capa como sendo o tema oficial do anúncio da swatch (haverá coisa mais comercial????).
Para mim, o momento mais marcante do álbum chega-nos com o tema “fields of fire†que me comove e me mostra o que vai dentro de alguns corações das gentes que vemos na televisão, quiçá no noticiário, para nos mostrar os rostos de sofrimento que uma situação de constante guerra traz... “something is hurting deep down inside/showing the scars of the ghosts that are hidingâ€.
Outro tema, desta vez de amor, é “guns and arrows†que nos faz viajar pelo contar de uma história de emoções... “told her all the things I kept inside/the things I wouldn’t tell a soul/she smiled and took my hand, with a look of understanding/she eased it all…â€.
Sem dúvida um álbum com uma sonoridade comercial demais para o meu gosto, mas com umas letras bastante boas que se perdem no meio dos instrumentos e vozes.