Kakyou significa clímax em japonês. E ouvindo o mais recente disco de Sourin, um dos muitos pseudónimos de Tomoya Shiono, é fácil perceber porquê. Os seus cinco temas estão sempre lá em cima, no auge, numa celebração que às vezes é difícil entender mas saborosa de apreciar. Só existe um tempo neste disco: frenético.
Rikka, o tema que abre este disco, é a insanidade. Há vozes, há uma guitarra e depois batida que nunca mais vai terminar. E, caralho, aquilo é um banjo? “Hikkyou” ainda começa devagar devagarinho, misturando pequenas ambiências, mas depois a coisa descontrola-se: baixo e batidas no limite, caos e a beleza no meio do ruído.
É uma espécie de noise-tropical-core, um disco que dá para dançar, para incomodar, para celebrar e até para pensar. E é insano. Imaginamos que tenha sido uma tarefa dos diabos não deixar o som clipar em seja lá o programa que Tomoya Shiono utilizou para produzir este atentado ao ouvido humano.
Resumindo, Kakyou é uma das últimas grandes surpresas musicais deste 2017. É, assim mesmo, um disco impressionante. Para terminar, um pequeno aviso: não ouçam este disco antes de ir dormir porque depois disto não vai ser nada fácil.