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JFDR Brazil

2017


Jófríður Ákadóttir é, por estas alturas, a mulher mais trabalhadora na Islândia. Apesar dos seus 22 dois anos, a islandesa tem vindo a desdobrar-se num sem número de projectos e colaborações, que se desdobram entre si em múltiplas variações estilísticas. Jófríður parece estar em todas.

Brazil, o seu disco de estreia a solo, é uma pequena maravilha electrónico-folk-minimal-melancólica. Apesar da abundante beleza, salta à vista nas suas composições o experimentalismo envolvido na construção destas nove canções.

Se são canções pop? Serão, certamente. Mas em nenhuma delas Jófríður Ákadóttir dispensa a utilização de uma dose muito apreciável de exploração sónica – e, claro, de risco. E a produção de Shahzad Ismaily deve ter contribuído decisivamente para esse efeito final.

Apesar de ser o seu primeiro disco a solo, é difícil dizer que esta é uma estreia auspiciosa. E por um motivo simples: Jófríður Ákadóttir já cá anda há muito tempo. Brazil é um fascinante disco de estreia, isso sim. E é aqui que a islandesa se vai concentrar nos próximos tempos. E nós não podíamos estar mais contentes.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
28/03/2017