In The Fishtank é uma série que já vai na décima edição e na qual uma banda é convidada a improvisar uma sessão em alguns dias, sendo desta vez noruegueses os ilustres convidados, o rock dos Motorpsycho e a secção de sopro dos multifacetados Jaga Jazzist.
Como resultado final temos uma mistura que traz à memória John Coltrane e Pharoah Sanders, reflectindo a postura mais ampla adoptada pelos Motorpsycho no seu último álbum (It’s a Love Cult), numa simbiose com os sopros e electrónica dos Jaga Jazzist.
O disco inicia-se com “Bombay Brassiereâ€, sinónimo de delicadeza, num instrumental de simplicidade desarmante, que nos puxa para o álbum como que nos indicando o caminho por ele percorrido. “Pills, powders and passion plays†é esquizofrénico, um clarinete solitário que percorre ritmos e refrões repetitivos. Também há uma versão de “Theme de yoyo†original dos Art Ensemble Of Chicago, numa abordagem original, num registo mais rock, em que a vocalização é enquadrada harmoniosamente.
Pela primeira vez na série houve uma banda que ensaiou e que se preparou para as gravações, o que retirou alguma espontaneidade, sendo isso mais notório na segunda e terceira faixa. De qualquer forma é uma série que pela sua longevidade, qualidade e objectivos vale a pena ser seguida.
No entanto, à boa imagem do que se passa com qualquer miúdo, o melhor doce fica para o fim: â€Tristano†transporta este álbum de categoria. Ao longo de vinte e um minutos, faz-nos viajar do cool jazz ao post-rock, numa música que transpira simultaneamente coesão e criatividade, fluindo sem falhas, sem oscilações nem hesitações, transportando-nos para as estrelas. Cinco...