Os Metá Metá são, é certo e sabido, um dos nomes mais interessantes da música brasileira actual. Metá Metá (2011) e MetaL MetaL (2012), pela forma como misturam vários géneros e vás cores, conferiram ao grupo uma certa autoridade no tratamento das músicas mais vanguardistas.
Lançado na véspera da terceira digressão europeia, a banda gravou neste EP as canções que entravam nesses concertos mas ainda não tinham passado pelo estúdio. E ainda bem que o fizeram. São três temas, onze minutos e um bálsamo contra o aborrecimento e a vulgaridade.
"Atotô" é todo um luxo: a voz de Juçara Marçal e o saxofone de Thiago França levam tudo à frente num tema em que estão todos muito à frente. "Me perco nesse tempo" é uma vitoriosa avalanche punk que dá gosto de se ouvir. "Sozinho" é senhora de uma belíssima quase-cacofonia mais brasileira que qualquer um dos temas anteriores.
É apenas um EP com três temas mas é impossível não tentar ver neste registo um resumo de tudo o que os Metá Metá são neste momento. E até de adivinhar o que hão-de ser no futuro. Venha daí muito rapidamente esse terceiro disco.