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Kassé Mady Diabaté Kiriké

2014
No Format


O nome de Kassé Mady Diabaté pode não dizer muito fora do circuito específico das músicas do mundo, mas o seu currículo ajuda a explicar o porquê de muitos (por exemplo o seu compatriota Salif Keita) o considerarem como a voz mais importante do Mali.

Kiriké, o terceiro disco de uma espécie de trilogia começada em 2009, coloca Kassé Mady Diabaté ao lado de Ballaké Sissoko (kora), Vincent Segal (violoncelo), parceiros mais directos dos primeiros episódios desta aventura, e ainda Lansiné Kouyaté (balafon) e Makan Tounkara (ngoni). Ao longo de oito temas, o grupo prova bem a pertinência e a insistência da sua criação e continuidade. Sem exageros, com uma auto-suficiência de recursos que impressiona, recorrendo muitas vezes a um minimalismo de cortar a respiração.

Não é apenas isso mas Kiriké é um daqueles discos que ajuda a alimentar aquela ideia - certamente errónea mas altamente apetecível - de que do Mali só nos chegam grandes discos. O terreno do país pode não ser propriamente fértil no que à vegetação diz respeito, mas será sempre fértil nos seus sons. Mesmo que os extremismos tentem silencia vozes como a de Kassé Mady Diabaté.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
07/09/2015