A capa do EP Pulse Dive, o mais recente lançamento do britânico Dennis Huddleston, é uma boa metáfora para aquilo que acontece nas suas quatro faixas. Uma metáfora confirmada aliás pelo seu título, ou parte dele. O certo é que as quatro faixas que o constituem são um verdadeiro mergulho nas profundidades da música electrónica ambiental de altíssima definição.
Natural sucessor do disco anterior, Dream Tempest, tanto na cronologia como até no percurso musical, o EP Pulse Dive faz-se de três faixas de longa duração (a mais curta tem quatro minutos e meio, a mais longa passa dos sete) e uma recriação mais extensa de um desses temas, mais precisamente"Stasis Eject".
O som de 36 (lê-se three six) é - ou continua a ser - denso, arrastado, dramático, espesso e complexo. É feito de contrastes: sons graves que se encaixam em tessituras melódicas, luminosas e resplandecentes. Lembra por vezes o universo riquíssimo dos Tangerine Dream. Pode faltar-lhe alguma variedade no léxico e na abordagem mas a verdade é que Pulse Dive é uma viagem muitas vezes recompensadora. O universo sónico de Dennis Huddleston é definitivamente mar em que dá gosto mergulhar.