Arcadia é daqueles discos que se quer gostar à força toda. A começar pela capa, depois seguindo pelo trocadilho no nome do projecto, avançando para a voz irresistível de Caroline Polachek (Chairlift), terminando eventualmente na recuperação de recursos da música pop de outras décadas, algo que cada um faz com o jeito que pode (e neste caso é muito).
Mas depois de correr o disco de estreia de Ramona Lisa - este Arcadia - de uma ponta a outra, em todo o seu elogio à pop de sintetizadores, é impossível não deixar de sentir que metade das suas canções, apesar de viverem de uma certa fragilidade que até lhes dá uma certa graça, poderiam ter sido alvo de maior apuro, de mais detalhes, de maior atenção.
Se uma canção como "Dominic" parece estar perfeitamente acabada - e bem acabada -, um tema como "Getaway Ride" parece um rascunho a precisar de mais suor e fantasia. E como esta outras. Arcadia está longe de ser um disco desapontante; mas mesmo assim fica aquém do potencial que demonstra em medade da sua existência. É de acreditar que o problema seja resolvido no próximo disco.