A dança das moscas, o disco de estreia do projecto solitário transformado em banda CAXADE, propõe-se fundir dois mundos que poucas ou raras vezes se encontrarão: a música tradicional galega e a música da Europa de leste. Como nos bons casamentos, nenhuma parte anula a outra. Como nas boas uniões, a soma é maior do que as duas partes.
As dez canções que Alonso Caxade e companhia esculpiram soam assim: um encontro de músicas distintas, a afirmação da universalidade sonora. A dança das moscas é um festim de metais, acordeões e de danças imaginárias. É um disco verdadeiramente perfumado; a beleza das suas canções tem o odor da descoberta e da viagem.
Mas A dança das moscas não é só paisagem, por mais harmoniosa que seja. É também palavra e acção, protesto e reivindicação. A formosa “Gente pota”, por exemplo, é sobre os poderosos que se fazem ricos com a miséria de muitos pobres. São canções pop mas com música mais música lá dentro. E palavras que não são apenas palavras. E um belíssimo disco de estreia.