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Orchestra of Spheres Vibration Animal Sex Brain Music

2013
Fire Music


Quem já teve a felicidade de partilhar o mesmo espaço que os neo-zelandeses Orchestra of Spheres saberá certamente que, nos dias que correm, são uma das bandas mais alucinantes e perturbadoras (elogio) em cima de um palco. Sabendo isto, saberá certamente da dificuldade que é encapsular a energia e o fulgor da banda dentro de um disco.

Vibration Animal Sex Brain Music, gravado em Itália com material vintage, faz um belíssimo trabalho ao contrariar as suas possibilidades. Soa cru, soa vivo, soa intenso. E ainda faz justiça ao seu nome. O segundo disco dos neo-zelandeses é o que se esperava que fosse: animalesco, sexual, caótico, hipnótico, imprevisível, exótico, urgente. Pára-arranca. Sempre no vermelho.

Cabe tudo nesta imensa caldeirada: música psicadélica, afrobeat, voodoo, funk (quem ouvir ali ESG às vezes que levante a mão), rock 'n' roll, instrumentos construídos pela banda (entre gamelão eléctrico e marimba) e tudo o que não pode sequer ser listado. Vibration Animal Sex Brain Music é uma celebração imensa; música para o corpo; ouça-se “Electric Company”, ouça-se tudo de uma ponta à outra. Os Orchestra of Spheres são obviamente uma das bandas mais urgentes e relevantes dos nossos tempos. Está na altura de celebrá-los. Isto é música para o corpo. É deixar andar.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
08/11/2013