A frase introdutória é descaradamente copiada do invólucro onde este CD d'Os Alás permanecia desde julho e que eu ainda não tinha ouvido por pura preguiça, a mesma preguiça que me permite dizer que não me apeteceu ir ao Google e saber mais informações sobre o quarteto - mas como isto é uma crítica para uma webzine que ninguém lê, nem os próprios colaboradores, também não interessa. Vou arriscar e dizer que são de Lisboa, porque está aqui escrito que o disco foi gravado no Golden Pony, que é em Lisboa (well played, Capitão Óbvio).
Por outro lado, um gajo ouve este disco e percebe que não é preciso saber quem eles são, de onde vêm ou de onde vão para gostar dele(s). Oh-La-La é rock descomprometido e, muito provavelmente, nascido numa garagem (ou numa arrecadação, ou numa varanda, ou na casa-de-banho, who gives a fuck e porque é que esses blocos de cimento com um portão haverão de ter a diversão toda?) pelas mãos de quem passou muito tempo a ouvir discos na adolescência que fizessem abanar a anca e transmitir uma sensação de rebeldia. James Murphy, ajuda-nos lá: The Sonics, The Sonics, The Sonics...
Vinte e cinco minutos de guitarras melódicas para engatar miúdas à porta do Indie, teclas que nos deixam com um sorriso de ponta a ponta (i.e.: desde a ponta do nariz à ponta de, bem, vocês sabem o quê), e uma bateria em registos mínimos porque, valha a verdade, não é preciso saber mais do que isto para se ser um gajo do rock n' roll. E canções, bonitas canções: "Lamy", "Mahjong II", "Some People" (country made in Bairro Alto), "Happy M" e "Dynamite". Alguém devia enviar este disco aos States para que aquela malta deixe de pensar em Alá como sinónimo do mal do mundo. Tal como alguém me devia dar uma chapada por só ouvir isto agora.
N.A.: Esqueci-me, como é natural por via do Alzheimer precoce, que há outros gajos nos EUA chamados Allah-Las que são do caralho e ninguém os leva a mal, mas decidi manter a piada por motivos. Não que alguém se vá incomodar a ler este pedaço de escrita mal-enjorcado, de todas formas. Dear God, I Hate Myself