Depois de um prometedor single com o selo da Matador (“Hire Purchase”), a reunião do guitarrista irlandês com The Cosmos – a sua “banda de apoio” - dá agora frutos mais maduros. Que é como quem diz um disco com princípio, meio e fim. Literalmente. Born With The Caul tem três partes: um aperitivo, um primeiro prato e um segundo prato servido com pompa e circunstancia.
Contexto: Cian Nugent é um fingerpicker, em muito devedor a mestres como John Fahey ou Robbie Basho. Com The Cosmos, o irlandês expande a sua palete sonora de uma forma entusiasmante, levando-o até às proximidades do rock psicadélico com todas as ferramentas certas. E com um certo groove que cada um pode procurar à sua vontade mas poucos encontram.
A primeira de três partes serve literalmente de aperitivo. A belíssima “Grass above my head” começa por prometer uma aventura solitária e depois preenchesse de pequenos mas certeiros apontamentos com assinatura The Cosmos. “Double Horse” e “The Houses of Parliament” complementam-se na perfeição: na sua natureza livre e celebratória, na sugestão de cenários e ambientes, na beleza quase tangível. Born With The Caul é, sem dúvida, um disco obrgatório.