Dois anos depois de The Chromium Fence, Luís Fernandes volta a abrir as portas do projecto The Astroboy para dar a conhecer ao mundo as últimas investigações em redor da música electrónica, mexendo bem nas entranhas do seu lado mais exploratório. E ainda bem que o fez. A colheita portuguesa de 2013 precisava de um disco assim.
Flow my tears está longe de fazer justice ao selo Easy Pieces, a subsidiária que a bracarense PAD encontrou para arrumar alguns dos projectos da casa-mãe. É aliás um disco de acesso ainda mais restrito do que The Chromium Fence. Ao mesmo tempo, Flow my tears é um disco mais amplo que o seu sucessor, mais vasto nas suas opções.
O krautrock continua a andar por aqui. A kosmische musik também. O minimalismo igualmente. Os sintetizadores estão no centro de todas as atenções mais uma vez. E são gloriosos na busca de paisagens que podem esconder a sua beleza durante algum tempo mas só até um certo momento. Flow my tears não engana: é a obra de alguém que aprendeu a tratar esta música por tu.