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Cyclopean Cyclopean EP

2013
Mute


É difícil não ficar excitado com uma nova banda quando dela fazem parte os fundadores dos Can Irmin Schmidt e Jaki Liebezeit, assim como Burnt Friedman e Jono Podmore. Sabendo o que se sabe, é complicado não projectar imediatamente um cenário de entusiasmo tendo em conta os registos de encontros mais ou menos recentes entre estes músicos.

O começo até nem é particularmente interessante: “Apostels” é mais interessante como exercício do que propriamente pelo seu resultado final. Mas depois chega “Fingers”, esculpida a pensar nas múltiplas hipóteses da confrontação da “espacialidade” e do ritmo, e confirmam-se as melhores expectativas: a partir daqui tudo o que brilha é ouro.

Jaki Liebezeit está no centro das atenções. Por mais que o EP de estreia de Cyclopean seja texturalmente imaculado, é a percussão que acaba por levar sempre estes quatro temas para outra dimensão. Senão veja-se a classe com que transforma um tema já de si fascinante como “Knuckels” (de onde vem aquele piano?) numa maravilha impossível de resistir. Ao todo, cerca de 22 minutos de puro prazer auditivo.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
20/05/2013


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