O título do quinto disco dos norte-americanos Arborea é um tudo ou muito enganador. Fortress Of The Sun é uma fortaleza, com certeza, mas nunca do sol. Talvez das sombras, da melancolia, do que é taciturno. Nunca do sol. Fortress Of The Sun é um disco de vultos, de mistério, de névoa. Nunca de sol. Tudo o que quiserem, mas nunca sol.
O caminho seguido pelos Arborea em Fortress Of The Sun é o conhecemos de discos anteriores: a folk. Mas este não é apenas mais um disco, somando-se aos que estão para trás sem distinções. Fortress Of The Sun, mesmo sendo um disco de canções, é um disco em que os Arborea se esforçam para fugir do formato canção mais identificável.
Não se deixem enganar: este é definitivamente um disco de canções. mas a malha instrumental dos 8 temas de Fortress Of The Sun é mais complexa do que nunca. Senão ouça-se uma canção espantosa como “Pale Horse Phantasm” - em toda a sua envolvência, em toda a sua beleza - ou a divagação atmosférica irresistível que é “Ghost”. Mas ouça-se sobretudo o grito da excelente forma criativa dos Arborea, que aqui conseguem o seu melhor disco até à data.