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Youth Lagoon Wondrous Bughouse

2013
Fat Possum


O mundo anda a precisar de sonhadores, de teóricos optimistas, de fantasistas, de alguém que consiga ver bem para além da realidade. O mundo anda a precisar de mais gajos como Trevor Powers, que ainda por cima tem um daqueles nomes em quem confiaríamos para nos tirar deste aperto. Trevor Powers tem 24 anos e tem já muitas respostas. Pode não vir a salvar o mundo mas, a ver por este Wondrous Bughouse, os seus discos podem salvar certos anos de más colheitas.

Não são muitos os discos em que se pode tirar a pinta pela capa. Felizmente Wondrous Bughouse é um desses casos. O segundo disco de Youth Lagoon é precisamente assim: uma tela de mil cores, um paraíso de psicadelismos e surrealismos, um espaço de fantasia e ilusão. Mas nunca ilusionismo. É verdade que há magia nas movimentações de Trevor Powers mas é tudo decididamente palpável e real.

Ao todo, cinquenta minutos de canções insinuantemente psicadélicas, mergulhadas em reverb e outros efeitos deleitáveis, belissimamente arquitectadas e constantemente imaginativas. Como um fluxo imparável de beleza e invenção. O único defeito que se pode apontar a Wondrous Bughouse é, ironia das ironias, o de ser demasiado absorvente. Quem dera que fosse possível dizer o mesmo de tantos outros discos.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
27/03/2013