Imaginem canções. Mas canções sem palavras, pontuadas ocasionalmente com vozes. Imaginem pequenos hinos, pequenas experiências. Imaginem alguém verter o seu imaginário musical em pequenas canções que não são canções mas são canções. Imaginem um disco que se esqueceu que é disco e apenas quer ser música. E que quer sê-lo tão furiosamente que se “esquece” das regras de ser disco.
Imaginem fingerpicking, um instrumental que aguarda a voz de Tom Waits, imaginem as cadências de vozes de Steve Reich em Music for 18 musicians, imaginem música para filmes ainda por realizar (e desculpem o lugar comum). Imaginem uma música que podia ser anúncio de televisão sem o querer ser. Imaginem um disco que não consegue impor barreiras a si mesmo.
Imaginem um disco que é pop sem ser pop, um disco experimental sem estar encriptado. Imaginem um disco que não cabe dentro de si e que dispara em todos os sentidos no que toca a apuros estilísticos. Imaginem ter um pequeno apontamento musical para cada momento do vosso dia; uma espécie de status musical ambulante. NuncaAcordoComoOntem é isso tudo. E bastante mais.