Olhando para trás, é difícil não isolar One Life Stand como um objecto algo atípico no percurso de Hot Chip. Primeiro porque tirou um pouco o pé do acelerador e afastou-se das pistas de dança; segundo porque funcionou como uma espécie de tomada de posição: provou que os Hot Chip não são apenas uma máquina de êxitos dançáveis e safou-se à grande nesse papel. One Life Stand funcionou para os Hot Chip como um reavaliar de opções e estratégias.
In our heads retoma de certa forma o lado mais gingão dos Hot Chip. Apesar de em temas como “Look At Where We Are” ou “Always Been Your Love” baixarem drasticamente o número de batidas por minuto (e com belos resultados, diga-se), os Hot Chip brilham realmente em canções “How do you do?”, “Night & Day” ou “Flutes”, onde o baixo e a batida são respectivamente rei e rainha. É esta a cena deles e fazem-na com a classe de sempre.
Não se pode acusar os Hot Chip de não entregarem em In our heads aquilo que se espera deles: grandes canções com uma produção primorosa (a melhor de sempre), com alguns convites descarados para abrir a pista de dança. Independentemente do número de BPMs, os Hot Chip continuam, disco após disco, a fazer, tão-somente, grandes canções pop. E In our heads, na sua ampla palete estilistica, é muito provavelmente o mais próximo que estiveram da perfeição. omo desde o primeiro dia. Aviso: se esta não é a vossa praia, nem vale a pena meter aqui os pés.