Pedra após pedra, Alexander Tucker tem vindo a construir um corpo de trabalho coeso e coerente, cultivando territórios que podem ter na sua génese a música folk (via psicadelismo) mas que disparam em todos os sentidos e direcções. Disco após disco, encarnação após encarnação, Alexander Tucker tem vindo a acrescentar argumentos que confirmam o estatuto de explorador sonoro de eleição.
Third Mouth é um disco de canções, o que acentua a tendência crescente de Alexander Tucker para o formato, mas de canções abertas; de canções enquanto espaço para se tornarem outra coisa qualquer; canções que estão longe de se deixarem amarrar pelas tradicionais regras do cançonetismo; de canções que dão tantas voltas que já nem são canções.
“Andromeon” ou a belíssima "RH" são exemplos perfeitos da liberdade celebrada por Alexander Tucker: a única regra é não haver regras de todo. A espiritualidade com que cobre cada tema é outra história: uma história de encantar. Third Mouth é sobretudo um disco interminável; uma fonte inesgotável de riqueza e de motivos para louvar Alexander Tucker como uma força vital da música feita nos dias que correm.